MG: motorista de ônibus que caiu de ponte muda versão sobre acidente
Condutor do veículo disse ter se assustado com uma ultrapassagem; 4 jovens morreram no ocorrido
SBT News
A Polícia de Minas Gerais informou que o motorista do ônibus que caiu de uma ponte, no interior de Minas Gerais, mudou a versão sobre o acidente. O caso acontece na madrugada da 2ª feira (30.jan), na BR-116, em Além Paraíba, Minas Gerais.
Três adolescentes e um jovem de 18 anos morreram; outras 29 pessoas ficaram feridas. Dentre os sobreviventes, está um rapaz de 16 anos que ficou paraplégico, mas com o quadro reversível. Ele está entre as 10 vítimas que permanecem internadas.
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O motorista, que levava a equipe de futebol para a Baixada Fluminense, havia dito inicialmente que o veículo tombou ao desviar de um caminhão. Mas, nesta 6ª feira, ele mudou a versão dos fatos. Agora, diz que teria se assustado, e que perdeu o controle ao ver um carro tentando ultrapassar uma carreta.
Mas, não foi isso o que um dos adolescentes viu. "Mais de uma vez, a gente pediu para ele parar de acelerar, porque ele estava muito rápido. O que eu acho, mesmo, foi que ele cochilou e acordou no susto", relata o jogador Pedro Henrique Moraes.
Pelo menos mais dois coletivos tiveram acidentes com mortes essa semana: um deles, também em Minas Gerais, na BR-040, na altura de Caetanópolis, deixou 3 mortos e 26 feridos; e outro, na BR-270, no Paraná, com 3 mortos e 22 feridos.
A estatística comprovam a escalada da violência no trânsito em estradas brasileiras. No ano passado, foram registrados mais de 2.073 envolvendo ônibus e microônibus em rodovias federais no país - o que representa um aumento de 29% em relação a 2021.
Nesta 6ª feira, o Movimento SOS Estradas lançou a campanha nacional "Não seja vítima da escravidão sobre rodas". Um alerta para a sobrecarga de trabalho dos motoristas profissionais.
"Isso é fruto de um grito de socorro dessa categoria, porque eles não usam droga por lazer, mas para sobreviver, para aguentar a jornada. É preciso haver todo tipo de controle, e as autoridades estão sendo omissas, e nós não aprendemos com as tragédias", argumenta o coordenador da ação, Rodolfo Rizzotto.
De acordo com o SOS Estadas, elo menos 20% dos ônibus que realizam viagens de turismo estão irregulares. Regras previstas na legislação existem, mas falta fiscalização. O especialista em gerenciamento de riscos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gerardo Portela, faz outro alerta.
"É preciso usar o cinto de segurança, preservar o cinto de segurança mesmo em ônibus, porque, no caso de uma colisão, a pessoa que não está com cinto acaba batendo várias vezes, em várias partes do ônibus e, em alguns casos, chega até a ser expulso do ônibus com os movimentos da colisão", observa o especialista.
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