Memorial às vítimas do Holocausto é inaugurado no Rio de Janeiro
Museu foi criado para preservar a história do genocídio de 6 milhões de judeus, perseguidos pelo nazismo
Isabella Antais
Foi inaugurado, nesta 5ª feira (19.jan), no Rio de Janeiro, o memorial às vítimas do Holocausto. O museu fica próximo a um dos principais cartões postais da cidade, o Pão de Açúcar.
Do lado de fora do prédio, foi construído um obelisco; lá dentro, uma chama digital, representando a vida, traz a palavra "resistência". "Não queríamos fazer um local, um mausoléu onde se falasse de morte, mas um local em que a gente possa se falar de vida, e da importância da vida", observa o curador do museu, Alberto Tolmasquin.
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Por todos os lados, referências às vidas ceifadas durante a Segunda Guerra Mundial. É uma experiência sensorial. Na instalação, a vida dos judeus, antes da guera, é representada com muita luz e em cores. O próximo passo nessa história é a ascensão do nazismo, retratada em outra sala, em tons sombrios, onde até os visitantes se veem de uma forma diferente. Dezenas de fotos e vídeos expõem as atrocidades cometidas nos guetos e nos campos de concentração.
Marcos é Testemunha de Jeová, um dos grupos perseguidos durante o Holocausto, como negros e homossexuais. "Acho que é bem instrutivo. As pessoas precisam saber quem foram os vários grupos perseguidos. Eu fiquei emocionado", ele observa.
O maior genocídio do século XX fez 11 milhões de vítimas na Europa, destas 6 milhões eram judias. Números que se transformam em rostos, ao toque dos painéis.
"Tem muito pouco objetivo e mais interatividade, porque nós queremos atingir as novas gerações, queremos atingir os alunos das escolhas públicas, privadas. Nosso objetivo é transformar", explica o presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto, Alberto David Klein.
Na última sala, fotos de alguns dos 25 mil judeus que se refugiaram no Brasil. Seu Alfred, um judeu de 95 anos, chegou no país aos 20. Nascido na República Tcheca, ele passou por 3 campos de concentração, e ainda guarda na pele as lembranças dos tempos de horror.
"Muitas pessoas fugiram, mas esse não vai fugir. Tatuado, ele não vai fugir, porque vai liquidar ele logo. Vai saber quem é quem. Cheguei ao ponto em que falava: meu Deus, o que é que eu fiz para merecer essa desgraça?", lembra o sobrevivente Alfred Sobotka.
Uma lição de vida para que o ódio e o preconceito sejam esquecidos. "Estou arrepiado e emocionado de ver um lugar desse. Como a gente sempre repete: para nunca mais ocorram eventos como este", afirma o universitário Patrick Felipe.
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