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Dois mil e vinte e dois nos obrigou a lidar com perdas

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Pelé com coroa
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Começar o último texto do ano. Terminar o ano com o último texto. Começar. Terminar. Ano. Finitudes. Vida. Meio. Fim. A cronologia já conhecemos, mas não aceitamos muito bem.

Dois mil e vinte e dois nos obrigou a lidar com perdas. Logo esse ano que deveria ser tão especial, era para ser transformador. Voltamos a respirar sem máscaras, garantimos as sonhadas vacinas. Um recomeço com um gosto amargo. Que lição seria essa?

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Bom, talvez não seja o momento de digerir. Que tal parar e sentir no rosto esse ar de fim de ano? Talvez chorar aliviados. Abraçar os nossos amores. Homenagear quem se foi com gratidão, uma lembrança saudosa do que foi compartilhado nesta vida.

A morte do Rei Pelé, no meio desse turbilhão que foi 2022, dói e ensina:

"A finitude é só para quem não é eterno".

Essa frase martelou na minha cabeça nas últimas 24 horas. Admiramos nossos pais, temos vários ídolos, mas quando olhamos um ser como Pelé, pensamos: "Deus existe". 

Acho que algo sobrenatural habitava nele. Sabe o que é ser o brasileiro mais conhecido no mundo?  

Essa força humana se junta com emoção e devoção, num esporte como o futebol, que precisa de todos esses sentimentos, a explosão acontece.

Pelé tinha essa "bomba" nos pés e no peito, no coração enorme. No sorriso cativante. Mesmo fora de campo, essa chama jamais se apagou.

Pelé sonhava ser ídolo ainda quando era engraxate. Depois de encantar nos campos, virou até capa de gibi. Coloriu a infância e os sonhos de milhares de meninos que queriam ser como ele, gênios da bola. 

E aí vem a explicação para seres que são eternos. As marcas ficam em todo canto. Em todas as histórias. Na fala e no coração de tanta gente.

Que a gente encontre o nosso jeito de tocar o outro. Que possamos descobrir como usar o nosso talento para o bem | Reprodução/Instagram

Tivemos um Deus do futebol na Terra, ele era nosso. Nos identificamos, choramos, torcemos por ele e com ele. 82 anos. Que honra.

Ver tantos documentários, homenagens, amigos e fãs falando sobre Pelé, me motivou a querer conhecer mais gente assim, com vontade de ser eterna.

Pelé veio do simples. O sobrenatural estava exatamente em ele ser tão REAL. Tão real que parecia fazer o impossível. Me perdoem os tecnológicos, os filtros e Photoshop de Instagram, mas aqueles gols, naqueles campos, naqueles tempos, foram feitos sem nenhum retoque. Sem manha, apenas com talento.

Que a gente aprenda com ele. Se quisermos deixar algum legado, sejamos finitos em nossos desejos, mas infinitos nos nossos sonhos. 

Que a gente encontre o nosso jeito de tocar o outro. Que possamos descobrir como usar o nosso talento para o bem, para deixar uma marca na eternidade.

Ter um propósito e amor ao próximo. 

Obrigada, Pelé. E, para vocês, desejo um ano novo cercado de gente que um dia será eterna. Aproveite cada segundo.

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