Inpe: estimativa de desmatamento na Amazônia em 2022 reduz 11%
Apesar de recuo, foram 11.568 km²; governo Bolsonaro termina mandato com recorde de desflorestamento
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), concluiu a estimativa da taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira (ALB). O valor estimado do desmatamento no período de 1º de agosto de 2021 a 31 julho de 2022 foi de 11.568 km². O número representa uma redução de 11,27 % em relação a taxa de desmatamento de 2021
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Entre agosto de 2020 e julho de 2021, a taxa de desmatamento foi de 13.038 km². Ainda assim, de acordo com o Observatório do Clima, há 13 anos não era registrada uma taxa de desmatamento tão alta nos nove Estados da Amazônia Legal. Sob Bolsonaro houve um aumento de 59,5%, maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988
Os números são do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que calcula o dado oficial de desmatamento a cada 12 meses (medidos sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte), diferente do Deter, Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real, que mostra os alertas mensais e -- de janeiro a metade de novembro -- já sinalizava uma área de alerta 9% maior do que em todos os 12 meses do ano de 2019, então recordista da série.
"Os números recentes do Deter indicam que a devastação continua fora de controle. Bolsonaro deixará para seu sucessor uma herança de desmatamento em alta e uma Amazônia conflagrada. Lula terá que ter tolerância zero com o crime ambiental desde o primeiro dia de seu governo.", afirma Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Ainda segundo a organização, o relatório sobre 2022 está pronto desde 3 de novembro, antes do início da COP27, a conferência do clima de Sharm El-Sheikh, no Egito. Mas só foi divulgado agora, três semanas depois.