Comissão da Câmara ouve familiares de Bruno Pereira e Dom Phillips
O indigenista e o jornalista foram mortos enquanto faziam uma expedição na Amazônia
Rafaela Vivas
Os integrantes da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanham as investigações sobre as mortes do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, no Amazonas, promoveram, nesta 6ª feira (25.nov) uma reunião virtual para ouvir familiares das vítimas e representantes de entidades indigenistas.
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A relatora, deputada Vivi Reis, do Psol do Pará, que propôs a criação da comissão na Câmara, adiantou alguns pontos do relatório que será apresentado no próximo dia 30 de novembro. O documento pede a substituição do presidente da Funai, cobra proteção aos indígenas ameaçados e sugere a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
"Diante da troca de governo que se aproxima é preciso levar o conteúdo desse relatório à equipe de transição para, agora, em campo mais favorável, buscarmos a efetiva garantia dos indígenas e seus territórios", afirmou a deputada.
O representante da Univaja -- União dos povos indígenas do Vale do Javari -- avaliou que o novo governo deve atuar com mais rigor na responsabilização dos envolvidos, mas voltou a cobrar explicações. "Nós evidenciamos a inoperância do Estado brasileiro na medida em que todo aquele resultado se concretizou em razão da total omissão do estado e das instituições", disse Eliésio Marubo, da Univaja.
Na 5ª feira (24.nov), a justiça federal do Amazonas negou o pedido de liberdade e manteve a prisão preventiva de 4 suspeitos de participar das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico, Dom Phillips.
Amarildo da Costa de Oliveira, o "pelado"; o filho dele, Amarildo de Freitas de Oliveira, Laurimar Lopes Alves e Jânio Freitas são suspeitos de integrar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas indígenas da região. O juiz não viu ilegalidade na prisão do grupo nem mudanças relevantes no caso que justifiquem uma liberdade provisória.
Bruno e Dom foram mortos em junho deste ano. Eles faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia e foram baleados, depois tiveram os corpos queimados e enterrados na região do Vale do Javari.