BNDES: instituições financeiras têm papel crucial para descarbonização
O Banco assumiu o compromisso climático de zerar as emissões de carbono até 2050
Larissa Lins
Bruno Aranha, Diretor de crédito Produtivo e Socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News, que é "muito difícil que consigamos chegar à neutralidade climática sem um trabalho muito intenso das instituições financeiras".
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De acordo com ele, para alcançar as metas de neutralidade em carbono até 2050 será necessário um trabalho ostensivo das instituições com regras claras e uma parceria vantajosa para os clientes.
"As instituições financeiras, elas têm um papel crucial nesse processo de descarbonização, porque nós somos os parceiros que financiam os investimentos das companhias. Agora, instituições financeiras, elas têm que se colocar realmente como parceiras dos clientes. A gente tem que oferecer produtos financeiros que façam com que haja uma indução de bom comportamento deles", pontuou.
O BNDES assumiu o compromisso do Acordo de Paris, que tem como objetivo combater o avanço do aquecimento global. Além de se comprometer com a descarbonização até 2050, o banco anunciou na 27ª Conferência das Partes (COP27) medidas para tornar a concessão de créditos mais rigorosa.
A partir de 2023, as empresas que solicitarem financiamento, devem apresentar projetos com um inventário de emissão de carbono, o que ajudará a estabelecer metas de descarbonização a longo prazo. "A partir desse inventariado com o nosso cliente, o que a gente vai fazer? Vamos incentivá-lo a utilizar as melhores tecnologias para que as emissões sejam menores. Hoje a gente pode oferecer também para que ela neutralize essas emissões através da compra de créditos de carbono, que podem ser feitos inclusive com o próprio BNDES", destacou Aranha.
O banco também lançou uma linha de crédito Ambiental, Social e Governança (ASG), que premia as empresas que adotam boas práticas socioambientais com uma redução da taxa de financiamento, caso consigam bater as metas de sustentabilidade. Segundo Aranha, a linha ASG deve ser ampliada para 2023.
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"Nós primeiro lançamos um piloto no ano passado e agora o que o banco fez foi ampliar esse orçamento para 2 bilhões de reais. Onde, se a empresa se comprometer com pelo menos duas boas práticas, ela pode ter uma redução da sua taxa, que hoje é de 1.3 para até 0.9. Ou seja, 4 bilhões dentro do financiamento", finalizou.
Confira a entrevista na íntegra: