Policiais penais são denunciados por tortura pelo MP cearense
Presos eram agredidos e humilhados em cômodo ironicamente chamado de "cantinho do amor"
Marco Meireles
Seis policiais penais foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará por prática de tortura. Segundo as investigações, os presos eram levados para o "cantinho do amor", nome irônico dado pelos presidiários ao local onde eram expostos a agressões e humilhações.
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As sessões de tortura e sadismo eram praticadas na unidade prisional Professor Olavo Oliveira 2, em Itatinga, na região da Grande Fortaleza. Os presos eram obrigados a se beijar, dançar, imitar animais, entre outras humilhações, além das agressões físicas. As situações constrangedoras e violentas eram filmadas.
A apuração do caso teve início após o Poder Judiciário e outros órgãos receberem denúncias e relatos de indícios de lesões corporais nos presos. Segundo a promotoria, exames confirmaram sinais compatíveis com os de tortura em 72 internos.
Outros quatro policiais penais já tinham sido presos por conta da investigação. Dois deles revelaram quais eram os acusados e quais estavam foragidos após uma reportagem exibida na TV Jangadeiro, afiliada do SBT no estado.
Com a denúncia em mãos, a Justiça decretou a prisão do policial penal identificado como Leandro Goudart Lopes. Os cinco envolvidos foram denunciados pelo crime de tortura e associação criminosa qualificada. Outro acusado, Thiago Kennedy Gomes da Costa, foi afastado das funções por um prazo inicial de 90 dias e deve responder apenas por omissão nos casos.
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