Inflação afeta turismo brasileiro e reduz viagens, aponta IBGE
Aumento no preço das passagens áreas tem influenciado na escolha da escolha de roteiro
Luciane Kohlmann
O escritório do Gabriel é o mundo. Autoentitulado "nômade digital", ele trabalha sem endereço fixo há mais de um ano. O encarecimento das viagens, porém, tem influenciado a mudança na rotina.
"Tenho optado muito mais por ônibus, e eu uso avião mesmo só quando realmente tenho que viajar a trabalho, ou quando eu encontro uma tarifa promocional. Hoje, eu prefiro muito destino que tenho alguém conhecido que também pode encontrar, ou até me dar uma acomodação", conta o executivo de novos negócios Gabriel Lemme.
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Entre os turistas, o sentimento é o mesmo. Viajar está mais caro. De acordo com o IBGE, o preço das passagens aéreas aumentou 47,69% em 12 meses; as hospedagens, 24,07%; e os pacotes turísticos subiram 19,78%.
O turismo segue movimentado por causa da demanda reprimida dos 2 anos de pandemia. Mas, a agência de viagens do João Augusto já observa mudanças no interesse do consumidor. A busca por hotéis com refeições inclusas é uma delas.
"Com toda essa oscilação cambial, ou dificuldade às vezes de custos, quando tu tem uma viagem que já está tudo incluído, isso te facilita. Tu faz um pagamento, um parcelamento de tantas vezes, quando tu chega no destino, só tem que aproveitar", argumenta o proprietário da agência de viagens João Augusto Machado.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens estima uma alta de 20% no setor, comparado a 2021. No entanto, para o ano seguinte, o bom momento do turismo pode estar com os dias contados.
"A gente observa uma desaceleração na demanda por serviços turísticos por conta de um aumento de custos e, principalmente, um aumento das taxas de juros. Se você tem alta nos combustíveis, alta nos preços dos alimentos, o consumidor promove corte de gastos com lazer. E aí o turismo acaba sendo sacrificado", explica o economista da CNC, Fábio Bentes.
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