Empresários pedem a Bolsonaro redução de custos para contratação
Em carta, Federação das Indústrias de Minas Gerais também solicitou veto a projeto que trata de barragens
O presidente Jair Bolsonaro recebeu na noite desta 5ª feira (06.out), em Belo Horizonte, a carta com as propostas da Federação das Indústrias de Minas Gerais para o setor produtivo. O documento tem 98 páginas e trata de várias pautas relacionadas às questões trabalhistas, tributárias, de meio ambiente e inovação.
Um dos pontos principais é que a reforma tributária seja ampla e inclua a desoneração ou redução da tributação sobre a folha salários dos funcionários. Esse item da carta não detalha como isso pode ser feito, mas o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, afirma que o fim da multa de 40% do FGTS para o trabalhador em caso de demissão é uma das reivindicações.
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Segundo o empresário, esse tipo de pagamento inibe que as indústrias aumentem o número de funcionários. A extinção da multa chegou a ser cogitada por Bolsonaro no início do atual mandato, no entanto, o presidente recuou diante da pressão dos trabalhadores.
A FIEMG também defende a autorização permanente para todos os setores da indústria para o trabalho em domingos e feriados. Os empresários justificam que assim podem abrir novas vagas.
O documento pede ainda que o projeto de lei que começou a tramitar no Senado em 2019 e prevê a criação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens não seja aprovado pelos parlamentares. A proposta começou a ser discutida depois que houve o rompimento das barragens de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019.
Os casos aconteceram em empreendimentos minerários de Minas Gerais. Os empresários admitem que a segurança das barragens é um tema relevante. No entanto, eles alegam que o projeto de lei 2788 trata de forma subjetiva um assunto técnico. O texto prevê que a população na área onde fica a barragem vete a atividade de mineração e que os moradores sejam consultados sobre a operação.
O ato no Teatro Sesi Minas contou com parlamentares e empresários aliados do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a FIEMG negou que a entrega das propostas seja a confirmação de que a entidade está declarando apoio à reeleição do presidente. Conforme Flávio Roscoe, a federação encaminhou o convite para ato semelhante também para a assessoria do candidato do PT, o ex-presidente Lula.
Desde o início da campanha, Bolsonaro esteve sete vezes em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Como no primeiro turno, o candidato do PL perdeu para Lula no Estado as visitas devem ser ainda mais frequentes até 30 de outubro, data que os eleitores voltam às urnas.
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