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Veja como foi a participação das mulheres na Independência do Brasil

Rompimento com Portugal teve a influência de freiras, monarcas e combatentes

Veja como foi a participação das mulheres na Independência do Brasil
Participação das mulheres foi significativa e decisiva na luta pela consolidação da independência | Reprodução
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 Além de Dom Pedro I, nomes como Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Leopoldina e Maria Felipa tiveram participação significativa e decisiva no processo da Independência do Brasil, em 1822. Usando as mais diferentes armas e estratégias, o rompimento entre Portugal e Brasil teve a inteligência de heroínas que, devido ao atraso nas pesquisas, ficaram apagadas por muito tempo na história brasileira.

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Confira abaixo a participação de algumas mulheres na luta pela Independência do Brasil:

 Joana Angélica (1762 - 1822)

Joana Angélica foi morta aos 60 anos após ser esfaqueada | | Reprodução/internet

A abadessa Joana Angélica foi a primeira heroína e mártir da independência. Responsável pela direção do Convento da Lapa, em Salvador, a religiosa foi morta após tentar impedir a entrada de soldados portugueses no imóvel, que estavam em busca de armas e militares brasileiros. "Matar uma freira era um sacrilégio e essas notícias chegaram a Portugal, sendo mais uma razão para condenação dos exércitos portugueses no Brasil", explica Mary del Priore, historiadora e escritora.

Maria Quitéria (1792 - 1853)

Maria Quitéria usou o uniforme do cunhado para entrar no batalhão | Reprodução/internet

Ao fugir de casa para lutar pela Bahia, Maria Quitéria se tornou uma das principais e mais conhecidas personagens da independência. Com grande habilidade no manejo de armas, a moça, que antes era simples, vestiu-se de soldado e alistou-se no batalhão de "Voluntários do Príncipe Dom Pedro", passando a ser chamada de soldado Medeiros e contribuindo em inúmeras batalhas ao lado dos patriotas.

Apesar de ser considerada revolucionária nos dias atuais, Maria Quitéria foi alvo de críticas por repórteres da época, que atacaram, sobretudo, a feminilidade da combatente. "A única coisa que ela gostava era de fumar, mas não tinha nada de masculinizada. Ainda assim, os jornais caíram na pele dela, a chamando de mulher macho pelo fato de ter participado tão ativamente da guerra", conta Priore.

Passada a vitória do Brasil, Maria Quitéria foi condecorada, em 1823, por Dom Pedro I pela atitude de bravura e recebeu o título de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Na data, ela pediu que o imperador conversasse com o pai para perdoá-la por ter participado das batalhas.

Maria Felipa (Falecimento em 1873)

Maria Felipa era descendente de negros escravizados, vindos do Sudão | Reprodução/internet

Nascida na Ilha de Itaparica, em data desconhecida, Maria Felipa foi uma mulher marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal. Segundo pesquisadores, ela foi responsável por convocar e liderar mulheres negras e índios contra os portugueses. Em uma das batalhas, o grupo teria queimado 40 embarcações portuguesas, diminuindo o poderio colonizador no decorrer da batalha.

"Isso é uma história oral, mas ela teria convencido várias mulheres a se exibirem em suas mais lindas vestes para encantar os soldados portugueses. Quando eles se aproximavam, elas, então, aproveitam para prendê-los e esfaqueá-los", diz a historiadora. Também há boatos de que Maria tenha enfrentado os soldados usando folhas de cansanção, que, em contato com a pele, dá a sensação de queimação.

Maria Leopoldina (1979 - 1826)

Leopoldina foi imperatriz do Brasil até 1826 | Reprodução/internet

Mesmo estando dividida sobre os regimes, Marina Leopoldina apoiou o marido, Dom Pedro I, na conquista da independência. Ela foi responsável pela contratação de mercenários na Alemanha, Prússia, Áustria e Irlanda, além de efetuar a compra de cavalos para auxiliar nas batalhas. O cenário também fez a futura imperatriz do Brasil se juntar ao pai, Francisco I da Áustria, para conseguir mais apoio ao país.

"Na correspondência dela com o pai, fica nítido que ela tinha muito medo do que podia acontecer. Ela tinha perdido uma tia-avó na guilhotina, Maria Antonieta [1755 - 1793], então ela tinha muito medo do que podia acontecer. Temia as revoltas", explica a pesquisadora. "Leopoldina, no entanto, entende que se ela perder o Brasil, os filhos não vão ter coroa. E ela estava aqui para ser mãe de reis, mãe de imperadores, mãe de rainhas."

Em 1822, durante a viagem de Dom Pedro I a São Paulo, Maria Leopoldina ocupa o cargo de Regente e, no dia 2 de setembro, assina o decreto da independência e envia o comunicado ao marido, que declara a Independência do Brasil cinco dias depois, no dia 7. Com isso, a imperatriz foi a primeira mulher a exercer o cargo de chefe do governo brasileiro, mesmo que interinamente. 

Apesar disso, "Leopoldina teve uma vida realmente voltada para a instituição do lar e da família. Ele vai lá [Dom Pedro I], cumpre seu dever e, mesmo quando ela não quer engravidar, ela está grávida novamente. Ela vai ficando tão isolada, vivendo uma vida tão miserável e entrando numa depressão tão grande que, acho que, no fundo ela só queria a sobrevivência dos filhos. Depois que ela tem Dom Pedro II, para ela, é o coroamento da missão dela aqui no Brasil", conta Priore.

*Com colaboração de Daiara Coelho e Camila Stucaluc

Leia também

+ Especial Independência - Episódio 1: "Não foi como Pedro Américo pintou"

+ Especial Independência - Episódio 2: "Os bastidores do 7 de Setembro de 1822"

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