Diretor da AIEA fala em missão "iminente" em usina nuclear de Zaporizhzhia
Rafael Grossi relatou que últimos bombardeios no entorno do local danificaram laboratórios químicos
Camila Stucaluc
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou, na 4ª feira (24.ago), que o envio de uma missão técnica à usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, é "iminente". Segundo ele, a infraestrutura, ocupada por forças russas desde março, registrou possíveis danos devido aos constantes bombardeios no entorno do local.
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"A Ucrânia informou à Agência que os bombardeios renovados nos últimos dias causaram danos adicionais na área da usina nuclear, destacando mais uma vez os graves riscos de segurança nuclear enfrentados pelas instalações e ressaltando hoje a necessidade urgente de uma missão especializada", disse Grossi.
Ele informou que os ataques relatados envolvem bombardeios no sábado (20.ago) e domingo (21.ago), que danificaram a infraestrutura da usina, incluindo instalações de laboratórios químicos. Outro ataque, na 2ª feira (22.ago), danificou os transformadores de uma usina térmica próxima, causando a desconexão da linha de energia entre as instalações.
"Esses incidentes mostram por que a AIEA deve ser capaz de enviar uma missão à usina muito em breve. Continuo a consultar de forma muito ativa e intensiva com todas as partes para que esta missão vital possa ocorrer sem mais demora. A presença da AIEA ajudará a estabilizar a situação de segurança e segurança nuclear no local e reduzir o risco de um grave acidente nuclear na Europa", afirmou Grossi.
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Na última semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o líder russo, Vladimir Putin, concordou em enviar peritos da agência atômica para a usina de Zaporizhzhia. A situação, no entanto, ainda permanece tensa, uma vez que Kiev e Moscou continuam trocando acusações sobre a autoria dos bombardeios.