Número de casos de neonazismo no Brasil aumenta 133% em 2021
Levantamento do Observatório Judaico dos Direitos Humanos aponta para 49 violações e 14,4 mil denúncias
Camila Stucaluc
Um levantamento do Observatório Judaico dos Direitos Humanos mostra que o número de casos de neonazismo no Brasil cresceu 133% entre 2020 e 2021, com 49 violações no ano passado. Os dados apontam ainda que, se somados os últimos três anos, o total de ocorrências fica em 114, sendo a maioria por manifestação, agressão verbal e propaganda.
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A pesquisa define o nazismo como eventos que se referem ao conjunto de políticas adotadas na Alemanha em meados de 1930, que culmineram na Segunda Guerra Mundial e no Holocausto. Para o período que se seguiu ao término do conflito, as mesmas ideias, às vezes com outras narrativas, são tratadas pelo termo "neonazismo".
"Trata-se da promoção do ódio contra diferentes grupos da sociedade, por motivos étnico-raciais, nacionalistas, religiosos, de gênero ou políticos, sem excluir argumentos eugênicos. Inicialmente de forma clandestina, esse movimento ideológico de carácter essencialmente antidemocrático e intolerante vem se proliferando", dizem os autores.
Em 2021, foram registradas 14.476 denúncias anônimas de neonazismo, ante 9 mil notificações no ano anterior. A cifra é a maior já registrada desde 2010, quando foram contabilizados mais de 22,4 mil denúncias do crime. Somando os anos de 2019 e 2020, que correspondem a dois terços do período de análise, o total chega a 24.551 casos.
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"Esse crescimento sinaliza a gravidade de um processo que, em nosso país, atinge sobretudo os grupos que historicamente sofrem racismo estrutural. Na Alemanha nazista, o foco principal foram os judeus; no Brasil, as vítimas são os povos indígenas e afrodescendente", conclui o estudo.
