Varíola dos macacos: Queiroga descarta declarar emergência em saúde pública
OMS confirma alta de 190,7% no número de casos da doença no Brasil; ministro diz que país está preparado
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, descartou nesta 2ª feira (15.ago) a possibilidade de declarar emergência em saúde pública para a varíola dos macacos, também chamada Monkeypox, no Brasil. As informações foram dadas em entrevista coletiva à imprensa. Queiroga também ressaltou que existem critérios a serem observados para a publicação do decreto que reconhece a emergência sanitária, como pressão na rede de saúde pública.
A decisão vai na contramão de países como Estados Unidos e Austrália, que diante da alta de casos, declararam emergência de saúde da doença.
"Até agora não recebi solicitação técnica da área para que considerasse ou não a edição de uma portaria em relação à Espin (sigla de emergência em saúde pública). Agora eu me pergunto: vamos supor que eu reconhecesse hoje, o que ia mudar?, indagou Queiroga.
O ministro, no entanto, reafirmou que o país deve receber nos próximos dias, por meio Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), 50 mil doses de vacina contra a doença, mas o imunizante será disponibilizado para um grupo bem específico. As doses serão aplicadas em profissionais de saúde que lidam com os pacientes contaminados ou com os materiais levados para exames aos laboratórios. O imunizante ainda não têm aval ou pedido de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com a deficiência de doses do imunizante a estratégia, segundo Queiroga, é fortalecer o sistema SUS e monitorar as fronteiras. Na última semana, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pediu que o Ministério da Saúde declarasse Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin).
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na última 4ª feira (10.ago), confirmou alta de 190,7% no número de casos da varíola dos macacos no Brasil. Segundo a OMS, de 22 de julho a 7 de agosto, o país saltou de de 592 para 1.721 diagnósticos positivos.