Terras indígenas do Pará estão entre as mais pressionadas pelo desmatamento
Segundo Imazon, cenário é baseado no aumento das invasões de grileiros nos locais
As terras indígenas do Pará estão entre as mais pressionadas pelo desmatamento na Amazônia. Segundo estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado hoje (9.ago), o aumento das invasões e da violência é relatado, sobretudo, na terra de Apyterewa, que concentrou 52% da devastação no mês de junho, com 14 km².
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A Apyterewa já havia sido a terra indígena mais desmatada na Amazônia em 2021, o que apontava a necessidade de ações de proteção ao território. Neste ano, em maio, a Polícia Federal registrou novas invasões de grileiros, que deixaram, inclusive, rebanhos bovinos nas terras indígenas.
Além do território do povo Parakanã, outras quatro terras indígenas localizadas no Pará figuraram no ranking das mais pressionadas pelo desmatamento na Amazônia entre abril e junho. A Cachoeira Seca do Iriri, do povo Arara, por exemplo, foi a segunda colocada. A maior parte da área está localizada no município de Altamira, vizinho de São Félix do Xingu.
Áreas protegidas mais pressionadas:
- 1ª - APA Triunfo do Xingu (PA)
- 2ª - APA do Tapajós (PA)
- 3ª - Resex Chico Mendes (AC)
- 4ª - TI Apyterewa (PA)
- 5ª - Flona do Jamanxim (PA)
- 6ª - Resex Jaci Paraná (RO)
- 7ª - Esec da Terra do Meio (PA)
- 8ª - PES de Guajará-Mirim (RO)
- 9ª - Resex Guariba-Roosevelt (MT)
- 10ª - TI Cachoeira Seca do Iriri (PA)
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"Os estados do Pará, Mato Grosso e, mais recentemente, o Amazonas, constantemente ocupam as primeiras colocações dos rankings de desmatamento na Amazônia. A divisa entre os três estados é um ponto crítico quando falamos de destruição da floresta, inclusive dentro de áreas de proteção ambiental já demarcadas, como a Terra Indígena Mundurucu", relata Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.