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No SBT, Jô Soares fez o brasileiro gostar de "talk show"

Sempre à frente de seu tempo, o apresentador introduziu no país um novo jeito de fazer entrevistas

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Jô Soares
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No SBT, Jô Soares apresentou aos brasileiros um novo jeito de fazer entrevistas: o "talk show". O formato caiu nas graças do público, e durante quase 12 anos, os telespectadores se acostumaram só ir dormir depois do "beijo do gordo".

Com um cenário relativamente simples, o programa "Jô Soares Onze e Meia" brilhava pela genialidade do apresentador, que sabia como ninguém fazer perguntas precisas e extrair respostas fantásticas, muitas vezes, só confiadas a ele.

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Perguntas e respostas em português, mas também em francês, espanhol, inglês... porque o apresentador era poliglota, culta, inteligente, charmoso, e o melhor professor, já que a fórmula se perpetuou em outros talentos, ao longo dos anos.

"Quando eu era criança e assisti, eu falei 'cara, isso é demais!' E a gente cresce com isso na cabeça. Então, o Jô começa a implementar a cultura do talk show no Brasil, e é graças a isso que a gente sabe o que é talk show, e faz o nosso próprio talk show", conta o humorista e apresentador Danilo Gentili, que comanda o The Noite, no SBT.

O "Jô Onze e Meia", acima de tudo, foi o programa mais importante da carreira dele. A veia humorística e a linguagem acessível nunca deixaram de pulsar, mesmo quando o tema era árido, difícil, ou o entrevistado, sem graça.

O próprio Jô contou isso à repórter Simone Queiroz, em uma entrevista, há um ano. "A ideia foi minha. Eu só fui para o SBT para fazer o programa, porque eu quis fazer na Globo... 'Uh, não tem espaço, aqui não dá para fazer'. Então, eu vou ter que ir para o SBT, porque o Silvio me deu espaço. [Sempre te deu liberdade?] Total, isso era fundamental, já em contrato", ele contou para a jornalista, na ocasião.

Para o SBT, foi um divisor de águas. "Com a vinda dele, de repente, a programação do SBT clareou, se sofisticou, ele foi o primeiro nome. Depois vieram Lillian Witte Fibe e tantos outros. Foi ai que a gente começou a aparecer para os anunciantes, para outros públicos. Continuamos sendo populares e, ao mesmo tempo, ganhamos uma sofisticação", lembra o diretor artístico do SBT, Fernando Pelégio.

No Troféu Imprensa, Jô provou que, além de culto, inteligente e charmoso, era também grato: "Eu me lembro da gente assinando o contrato, e você [Silvio Santos] dizendo: 'não, eu quero um programa de entrevistas, mas é uma vez por semana'. Você falou: 'Não, isso não cola, esse programa tem que ser diário', eu falei 'Mas, Silvio, diário'? Você é responsável por grande parte da minha vida profissional, você... sem você, isso não teria acontecido, você tem uma intuição de fera, tudo que você disse, deu certo. O que eu sou, metade do que eu sou, eu devo a você! Você acreditou em mim! Obrigado!"

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