Prefeitura do Rio inaugura quiosque em homenagem ao congolês Moïse
Familiares do jovem morto em janeiro deste ano receberam treinamento para gerir o local
Guilherme Resck
A prefeitura do Rio de Janeiro e a concessionária Orla Rio entregaram, nesta 5ª feira (30.jun), à família de Moïse Kabagambe um quiosque que homenageia o congolês, morto no final de janeiro. O estabelecimento, localizado no Parque Madureira Mestre Monarco -- próximo ao portão 1, na zona norte da cidade --, tem 154 m², capacidade para 60 lugares, cardápio inspirado nos pratos típicos do Congo e um memorial da cultura africana. Um grafite representando Moïse com o punho erguido, à frente das bandeiras do Brasil e do Congo, enfeita uma de suas paredes. A arte é de Airá Ocrespo.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Moïse, de 24 anos, foi assassinado no quiosque em que trabalhava, na Barra da Tijuca, no Rio. Em fevereiro, a prefeitura concedeu o local à família do jovem, com a ideia de transformá-lo num memorial em homenagem à vítima. Porém, depois, os familiares desistiram da concessão, por não se sentirem seguros no quiosque, e foi acordado com o Executivo municipal que a homenagem seria transferida para o Parque Madureira Mestre Monarco.
A inauguração, nesta 5ª, ocorreu na data de aniversário de 62 anos da independência do Congo. O quiosque ficará aberto de 3ª feira a domingo. Seu cardápio oferece 33 opções, incluindo petiscos, pratos principais, guarnições e sobremesas, como Fufu, Liboke e Makayabu, que são típicos do país de origem de Moïse e tem influência brasileira.
Além do grafite representando o jovem, há uma arte em azulejos. De acordo com a prefeitura, a arquitetura e cores do estabelecimento são inspiradas na cultura africana. O quiosque foi construído ao longo de cinco meses, por cerca de 50 funcionários da Orla Rio. A concessionária entregou à família do congolês ainda a primeira remessa de insumos para produzir os itens do cardápio e ajuda de custo mensal no período em que o quiosque era idealizado; instalou os equipamentos e o mobiliário; e viabilizou auxílio jurídico, e orientação e treinamentos para a construção e gerência do local, que foram dados aos familiares.
A prefeitura acrescenta que a equipe de comunicação da Orla Rio elaborou "um projeto de mídias sociais para o quiosque, como forma de contribuir para transformar o local em referência cultural do Congo na cidade, com o objetivo de disseminar a história, geografia, culinária e cultura do país".
Veja também: