Vacina contra a tuberculose tem produção suspensa e pode ficar em falta
Fabricante da BCG não atendeu os critérios da vigilância sanitária e foi interditada

Nara Bandeira
A vacina BCG, que protege contra a tuberculose, pode faltar no país. Em um comunicado enviado aos estados, o Ministério da Saúde informou que a produção do imunizante está suspensa pelo não cumprimento de exigências feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entidades médicas cobram medidas urgentes do governo federal.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
João tem sete meses e está com a vacinação em dia, mas a mãe lembra que demorou quase três semanas para o filho tomar a BCG. "Não teve a vacina né? Eu tive que procurar em um outro posto e eu tive um pouco dificuldades de encontrar, eu fiquei desesperada enquanto eu não consegui", conta a empresária Jacy Moreira.
A vacina BCG protege contra a tuberculose, evita casos mais graves da doença que pode atingir ossos, rins e sistema nervoso. O imunizante deve ser aplicado em crianças com até quatro anos de idade, mas, de preferência, recém-nascidos. O ideal é uma cobertura vacinal de 90%: meta não atingida no Brasil desde 2019.
Estamos na metade do ano e o índice ainda está em 43%, situação que pode ficar ainda pior. O Ministério da Saúde já anunciou a diminuição pela metade do repasse de doses, que era de um milhão para cada estado, e recomendou o uso racional da BCG. A produção brasileira da vacina está suspensa porque a fábrica nacional não atendeu os critérios da vigilância sanitária e foi interditada.
Entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) cobram providências urgentes do governo federal. "É preciso vontade, força política, e investimento na Fundação Ataulfo Paiva pra nós conseguirmos quanto antes normalizar a produção aqui no Brasil e que o processo de produção seja obviamente retomado nacionalmente pra não ficarmos na dependência do mercado internacional", diz Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da SBP.
Leia também: