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Brasil

Contra a chapa Lula-Alckmin, grupo de filiados abandona o PSOL

Mais de 100 se desfiliaram do partido presidido por Juliano Medeiros, em protesto

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Geraldo Alckmin e Lula
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As últimas movimentações políticas do PSOL desagradaram parte da militância do próprio partido. Diante da formação de federação com a Rede Sustentabilidade e possibilidade de apoio formal à chapa com Lula e Geraldo Alckmin para a Presidência da República, mais de 100 pessoas se desfiliaram da sigla nesta semana.

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O anúncio do rompimento foi feito por meio do texto intitulado "Carta de Ruptura com o PSOL". No material, que é assinado por 139 membros do partido presidido nacionalmente por Juliano Medeiros, lista-se 20 motivos que fizeram com que o grupo resolvesse deixar de vez a legenda.

"A direção do PSOL abandonou seu programa, aliando-se a setores inimigos da nossa classe; abandonou seu método político e suas ferramentas de deliberação formal", lamenta o grupo dissidente em trecho da nota. A ala afirma, ainda, ter se sentido abandonada pelo comando do Partido Socialismo e Liberdade. "Ignorou sistematicamente as deliberações e resoluções dos setoriais para apresentar posições políticas contrárias às debatidas", prossegue a turma.

Ao longo da carta, o grupo - agora fora do PSOL - dispara críticas contra os ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, tidos como responsáveis pela implementação do neoliberalismo no país. O "Estado burguês" e o atual presidente da República também foram citados no conteúdo. "Bolsonaro aprofundou os ataques sobre a classe trabalhadora, os oprimidos e o meio ambiente", acusam os dissidentes psolistas.

O acerto com a Rede Sustentabilidade, legenda que tem Marina Silva como uma de suas principais lideranças, e a aproximação com a dupla Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) parecem, no entanto, ter sido os principais fatores para que, de uma vez só, o PSOL deixasse de contar com mais de uma centena de filiados.

"Um golpe irreparável ao projeto original e aos militantes que construíram o partido como um instrumento de luta dos trabalhadores."

"Entendemos que o giro político e ideológico que representa a adesão à candidatura Lula-Alckmin e à federação com a Rede representa um golpe irreparável ao projeto original e aos militantes que construíram o partido como um instrumento de luta dos trabalhadores", reclama o grupo. "Perde-se definitivamente a possibilidade de estabelecer estratégias e táticas indispensáveis a um partido que luta pelos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora."

Posicionamento do presidente do PSOL

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, parece não se importar com o surgimento de dissidentes. "O partido se fortalece depurando-se", afirmou o político em seu perfil no Twitter. Postada na tarde desta 4ª feira (1°.jun), a mensagem apresenta frase creditada ao líder soviético Vladimir Lenin (1870 - 1924). Mesmo diante da carta de repúdio, ele ainda aproveitou a rede social para mostrar que acompanhou Lula e Alckmin em viagem a Porto Alegre (RS).

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