"Coisa de preto é fazer política", diz vereadora paulistana trans e negra
Erika Hilton, do PSol, posiciona-se por punição de Camilo Cristófaro, do Avante
Anderson Scardoelli
A vereadora Erika Hilton (PSol) posicionou-se favoravelmente à aplicação de punições contra um de seus pares na Câmara Municipal de São Paulo, Camilo Cristófaro (Avante). Ao discursar no início da sessão aberta na tarde desta 3ª feira (24.mai), a socialista aproveitou para rebater a frase de cunho racista dita pelo vereador no início do mês.
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"Coisa de preto é fazer política", enfatizou Erika, que é mulher trans e negra. A frase dela contrasta com a declaração que fez com que Cristófaro entrasse na mira da corregedoria na Câmara de Vereadores paulistana. No último dia 3, ele teve o seguinte áudio vazado durante uma sessão da Casa: "Não lavaram a calçada, é coisa de preto, né?". Posteriormente, o político classificou o caso como "brincadeira infeliz".
"Um vereador tem que ser punido igual ao cidadão."
Também integrante do Psol, a vereadora Luana Alves foi além de cobrar meras punições. Ela tornou público o posicionamento contra a manutenção do mandato de Cristófaro. "Não podemos dar outro exemplo que não for a cassação", afirmou a parlamentar paulistana. "Um vereador tem que ser punido igual ao cidadão", prosseguiu.
Primeira derrota de Cristófaro
Denunciado, Camilo Cristófaro já sofreu uma derrota. Na última semana, a corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo aprovou a abertura de processo contra ele. A punição, que pode ir de suspensão a cassação de mandato, precisa ser validada pelo plenário. Na sessão desta 3ª feira, será avaliada a abertura de representações contra o vereador, que foi expulso do PSB e, assim, tornou-se filiado ao Avante.
Transmissão ao vivo
Confira, por meio do portal SBT News, a transmissão da sessão em que será analisada a aprovação (ou não) de possíveis punições contra o vereador Camilo Cristófaro.