Busca de empresas dos EUA e Europa por brasileiros cresce 700%
Maior demanda por profissionais, que trabalham remotamente do Brasil, tem partido do setor de tecnologia
SBT Brasil
A tecnologia que rompeu barreiras para o trabalho remoto, também derrubou fronteiras e, agora, começa a abrir portas. A ida de muitos processos de produção para o ambiente virtual fomentou o mercado de Tecnologia da Informação (T.I.), que hoje concentra a maior demanda por mão de obra nos Estados Unidos e na Europa.
Assim, na ausência de profissionais locais, muitas dessas empresas têm se voltado para países como o Brasil. Segundo uma plataforma que liga empregadores e trabalhadores, a busca de companhias estrangeiras por brasileiros cresceu 700% entre 2020 e 2021.
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O gerente de comunicação da ferramenta, Jorge Téllez, projeta um crescimento ainda maior. "A indústria de tecnologia nos Estados Unidos é um setor de US$ 1,7 bilhões, maior que PIB do Brasil, e cresce 3 vezes mais que o resto da economia americana. Isso vai fazer com que, em 2026, haja uma escassez de 1,6 milhão de postos. Vamos buscar esse trabalho em outras partes do mundo", explica.
Ainda de acordo com a consultoria, 1,2 milhão de desenvolvedores de softwares dessas empresas estão na América Latina, quase 500 mil no Brasil. O fuso horário parecido também ajuda. Além deles, são disputados também os engenheiros de dados e programadores do país.
Há um ano, o Estevam trocou a empresa brasileira por uma norte-americana, e conta que não esperava por uma ascensão tão rápida na carreira. "Não imaginava que ia duplicar, quase triplicar, meu salário. Com o salário que entrei lá, que já era alto, entrei praticamente como um júnior na área, hoje já estou como pleno e, talvez daqui a dois ou três meses, eu vou estar como sênior na área", diz o consultor de TI.
Para profissionais da área de tecnologia, é a oportunidade de expandir os horizontes e o plano de carreira para países onde essa indústria oferece um universo de possibilidades, sem sair de casa e com o salário em moeda estrangeira. A conversão, inclusive, faz com que as propostas de trabalho se tornem irrecusáveis: o salário médio de US$ 6 mil para a categoria, em reais, se transforma em uma renda de pouco mais de R$ 30 mil por aqui.
Já para as empresas estrangeiras, é a chance de resolver a falta de mão de obra com perfis diferenciados e, no caso dos brasileiros, muito valorizados, na opinião do CEO de uma gigante de softwares dos EUA. "Em geral, brasileiro nunca gera problema. Se um dia não funcionou a internet, ele se vira, consegue fazer o trabalho igual. O brasileiro já começa a trabalhar mais novo, então, quando você contrata o brasileiro de 20 e poucos anos, talvez ele tenha 5 anos de experiência, 5 vezes a mais que um chileno", explica Julian Colombo.
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