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Brasil

Atraso na auditoria de cargas importadas preocupa setores da indústria

Fabricantes alertam para a possível falta das matérias-primas usadas na produção de sabão em pó e amaciante

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contêineres porto de santos
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A queda no número de auditorias da Receita Federal, provocada pela greve dos servidores, começou a preocupar alguns setores da indústria brasileira. Com matérias-primas essenciais encalhadas nos portos, fabricantes de produtos de limpeza e higiene, por exemplo, já calculam os prejuízos de uma possível interrupção de determinadas linhas de produção.

"Amaciantes, detergentes em pó, limpa-vidros, detergente de uso geral, multiuso... já estamos tendo, com certeza, um prejuízo por volta de R$ 100 mil por mês", conta o diretor de uma fábrica na Grande São Paulo, Danilo de Mello França.

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A implementação da chamada "operação padrão", na qual os auditores fiscais analisam mais detalhadamente os produtos - atrasando, assim, a liberação das cargas -, também deve provocar um prejuízo de cerca de R$ 9 bilhões à União, além do risco de desabastecimento de alguns produtos. 

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias dos Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), a oferta de amaciantes e sabões em pó, por exemplo, cujas produções são mais dependentes de insumos importados, deve ser a mais afetada. "Nós teremos um grave problema na vida cotidiana das pessoas. Imagina crianças, uniformes escolares, imagina os hospitais, que precisam lavar todos os aventais, tudo mais. É um problema enorme, um problema sanitário, inclusive, e isso nos preocupa bastante", destaca o diretor executivo da Apibla, Paulo Engler.

A categoria, por sua vez, cobra o pagamento de uma gratificação por desempenho e reclama do número insuficiente de profissionais e dos cortes em recursos da Receita. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), atualmente, os auditores contam com um dos menores orçamentos de sua história, o que poderia levar até mesmo a uma possível paralisação total das atividades até maio deste ano.

"Quando você corta o orçamento em 51%, a luta é para pagar a conta de luz para manter a porta do prédio aberta. Somos um pouco mais de 7 mil auditores fiscais. Há poucos anos, éramos mais de 12 mil", argumentou o presidente do Sindifisco, Isac Falcão.

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