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Brasil

Denúncias de violência contra crianças aumentaram 21,4% neste ano

Pelo menos 12 denúncias foram registradas, a cada 1 hora, no Disque-100, nos primeiros meses de 2022

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A violência contra crianças e adolescentes é uma triste realidade que só cresce no Brasil. Dados do Disque-100, o telefone do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos dedicado ao registro de violações aos direitos fundamentais, revelaram um aumento de 21,4% no número de denúncias de agressões a menores nos dois primeiros meses de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 17.139 queixas.

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Essa estatística, porém, não é feita apenas de números, mas dos casos de agressões a menores que preenchem, diariamente, o noticiário diário e, principalmente, os milhares de episódios de violência que seguem se perpetuando, em todo o país, escondidos sob a sobra do medo e da ameaça.

É o caso de uma menina de 11 anos, cuja identidade será preservada, que rompeu o silêncio depois de anos de abuso. Há apenas um mês, ela revelou para a família que era violentada pelo padrinho.

"Era quando não tinha ninguém perto. Aí ele ficava perto de mim. Era quando ele fazia coisas comigo", relata a criança, indicando no desenho as agressões a que era submetida.

A menina conta ainda que era ameaçada pelo agressor, para que não revelasse a violência aos familiares. "[Dizia que] ele ia ser preso, que a gente iria para um abrigo. Minha mãe... muitas vezes ele falava que minha mãe ia ser presa também", diz a jovem. "Espero que ele seja preso para mim ter um pouco de paz.

Segundo a mãe, exames feitos no hospital de referência para casos de violência sexual, em São Paulo, confirmaram lesões nos órgãos genitais da menina. O acusado, Alexandre Barbosa Belarmino, é procurado pela polícia.

"Ele chegava em casa, ela já ia, pegava a roupinha, colocava na bolsa, tomava banho, e já ia como se ela tivesse fazendo algo por obrigação. E o tempo todo eu achando que estava normal, entendeu", lembra a mãe, Cinthia da Costa Santos.

O aumento no número de morte de crianças em decorrência de maus-tratos também chama atenção. No estado de Amazonas, por exemplo, pelo menos 3 crianças foram mortas em menos de 3 semanas. Lorenna Rodrigues, de 2 anos, teria sido espancada e depois enterrada pelos tios, dentro de uma mala, no terreno de casa. Luiz Carlos Oliveira, de 9 anos, e Antony Guimarães, de 2, morreram de tanto apanhar, as suspeitas são as mães.

O conselheiro tutelar Daniel Moura explica que o fato de muitas crianças terem medo de denunciar as agressões faz com que abusos se intensifiquem e se estendam ao longo de anos. "A ideia da impunidade, ela alimenta o aumento da criminalidade, das ações contra criança e adolescente. Quanto mais o aliciador perceber a impunidade, ou uma forma de sobressair à lei, mais ele comete esse crime", afirma o conselheiro.

Denúncias de violência podem ser feitas pelo Disque-100, de forma gratuita e anônima.

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