"Precisamos dar uma resposta", diz Maria Lúcia Amary sobre Arthur do Val
Presidente do Conselho de Ética, que tem primeira reunião sobre o caso nesta 4ª, falou ao SBT News
SBT News
Os dez integrantes do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) se reúnem nesta 4ª feira (9.mar) para a primeira reunião sobre o caso do deputado Arthur do Val (sem partido). Em entrevista ao programa Agenda do Poder, do SBT News, a presidente do colegiado, Maria Lúcia Amary (PSDB), disse que a comissão quer dar "uma resposta" à sociedade sobre a ação do deputado, que fez comentários sexistas sobre refugiadas ucranianas.
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"Ficamos muito preocupados com a repercussão negativa na assembleia paulista, que é a maior da América Latina. Precisamos dar uma resposta. A sociedade espera que nosso Conselho de Ética e a Assembleia Legislativa deem uma resposta à altura da gravidade dos fatos", afirmou.
Na semana passada, foram divulgados áudios em que o político faz declarações sexistas a respeito de refugiadas de guerra ucranianas. Em uma das gravações, enviadas a um grupo no WhatsApp, Arthur do Val afirmou que as mulheres ucranianas são "fáceis, por serem pobres".
Na 3ª feira (8.mar), o parlamentar gravou um vídeo em que diz que será "cassado em três dias", o que considera um "recorde histórico" pela repercussão do caso. Maria Lúcia Amary negou essa possibilidade. Segundo explicou, após a primeira sessão, na qual serão apensadas as 20 representações contra o deputado, Arthur terá até cinco sessões para fazer uma defesa prévia. Depois, será julgada a admissibilidade do processo. Ele, então, terá mais cinco sessões para apresentar sua defesa de mérito. Só então é aberto prazo de até 15 dias para o relator formular seu parecer, que pode sugerir uma advertência, uma censura, a suspensão ou a cassação do mandato. Nos dois últimos casos, é necessária ainda uma votação em plenário -- na qual a decisão se dará por maioria simples.
"Nós queremos dar uma resposta rápida, mas eu tenho que seguir regiamente o que diz o regimento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Não podemos pular etapa nenhuma, e eu estou atenta a isso, porque o conselho é constituído para não entrar na questão ideológica, em corporativismo, nem questão de gênero ou nenhuma questão política. Temos que analisar o fato em si, isolado dos demais fatores. Estamos julgando este ato, não o conjunto de ações do deputado", frisou a presidente do colegiado.
A deputada ainda opinou que, como mulher, sentiu o impacto negativo das declarações do colega de assembleia: "Não tem como não repudiar uma fala que, além de sexista, é discriminatória no tocante à questão social. Mexeu com a dignidade das mulheres em situação de vulnerabilidade. No momento em que as mulheres estão na Ucrânia, na fila pela vida, tentando fugir, largando tudo para trás, fugindo dos horrores da guerra".
Assita à íntegra da entrevista: