SP: pista central da Marginal Tietê é liberada após concretagem
Exatamente às 17h, os carros voltaram a circular pela via
SBT Brasil
A pista central da Marginal Tietê, em São Paulo, foi liberada no fim da tarde desta 5ª feira (3.fev), horas após a conclusão do trabalho de concretagem no local do acidente nas obras do metrô. Peritos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) vão investigar o que provocou a abertura da enorme cratera na avenida, na última 3ª feira (1º.fev).
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Exatamente às 17h, os carros voltaram a circular pela pista central da Marginal. O trânsito foi liberado após os engenheiros constatarem que os reparos de emergência estabilizaram o terreno. "Completou-se o preenchimento da vala com a massa de concreto", disse o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Galli. Ainda de acordo com ele, "a construtora e a concessionária garantiram que todos os testes foram feitos".
A liberação traz um alívio para os motoristas. Em média, 450 mil veículos passam diariamente pelo local. O tráfego só será normalizado quando todas as faixas da pista local também forem liberadas, o que deve só acontecer quando a tubulação de esgoto, que se rompeu, for recuperada. Trabalho ainda sem data para ser concluído, segundo Galli. "O bombeamento do esgoto já está começando. Ele tá sendo feito pelo outro poço, que fica no Tietê, do outro lado da Marginal", pontuou. Ele disse ainda que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a construtora responsável pelas obras do metrô trabalharão em conjunto para "recompor o interceptor".
Um vídeo, feito por operários, mostra o exato momento em que a tubulação estoura e o esgoto invade o canteiro de obras. Em segundos, toda galeria é coberta pela água. Por pouco dois funcionários não foram arrastados. O relatório de impacto ambiental encomendado pelo Metrô há dez anos já indicava que o solo arenoso, comum em áreas de várzea, é instável, pouco resistente e propício a inundações.
Para o presidente do Instituto de Engenharia, Paulo Ferreira, o acidente poderia ter sido evitado: "Conhecendo o tipo de solo, conhecendo a interferência que você tem que proteger e atravessar, sabendo das tecnologias que estão disponibilizadas, sabendo da competência técnica dos engenheiros, certamente você poderia evitar o acidente".
A galeria se rompeu no momento da passagem da máquina usada para abrir o túnel. Conhecido como "tatuzão", o equipamento é utilizado em obras do metrô de São Paulo há quase 50 anos. Feito sob medida para cada projeto, cava até 12 metros por dia e já reveste as paredes com placas de concreto. Na linha 6-Laranja, 45 pessoas trabalham na operação da máquina. A previsão de entrega das obras, em 2025, está mantida.
Veja também: