Rodízio é suspenso em São Paulo após desmoronamento de obra do metrô
Parte do asfalto cedeu na Marginal Tietê, uma das principais vias da cidade, e abriu uma cratera
O rodízio municipal de veículos na cidade de São Paulo foi suspenso nesta terça-feira (1.fev) após parte de uma obra na linha laranja do metrô desabar na Marginal Tietê, nas imediações da Ponte do Piqueri, zona norte.
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Trechos da via estão interditados, de acordo com informações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). No entanto, há uma canalização controlada em duas faixas da pista expressa para que os veículos atravessem o ponto da obra com segurança.
"Agentes de campo da Companhia estão no local orientando os condutores. A CET pede que os motoristas evitem a Marginal Tietê e as vias da região", diz em nota.
O desabamento foi registrado por volta das 9h. Segundo informações iniciais do Corpo de Bombeiros, o incidente foi resultado de uma escavação feita pelo equipamento conhecido como "tatuzão" que atingiu algum meio de transporte de fluidos. Apesar da gravidade, não houve registro de vítimas. Dois trabalhadores que estavam no local tiveram contato com água contaminada, mas foram atendidos pelas equipes de socorro.
Em comunicado, a Linha Uni e a ACCIONA, responsáveis pela obra, informaram que ocorreu um rompimento de uma coletora de esgoto próximo ao Poço de Ventilação e Saída de Emergência (VSE Aquinos). "Equipes da Linha Uni, da ACCIONA e demais técnicos estão no local para apurar os fatos. Todas as medidas de contingência já foram tomadas", explica.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou a abertura de uma investigação para identificar as causas da queda.
Desabamento
Em entrevista ao SBT, o engenheiro Luis Otávio Rosa, do Instituto Brasileiro de Peritos, explicou como o acidente teria se originado e os riscos de novas ocorrências.
"Foi feito um túnel de serviço embaixo do rio. Estavam começando a escavar naquela região. É muito provável que a água do rio tenha invadido. A água invadiu o túnel de serviço e chegou ao outro lado do Rio Tietê", pontuou o especialista.
Perguntado sobre as relações que as chuvas teriam com o acidente, Rosa afirmou: "o nível de chuvas que nós tivemos é alto, mas estamos tratando de uma região já impermeabilizada. O excesso de chuvas não afetou e não é responsável pelo acidente. É provável que tenha sido uma falha geológica ou uma adutora. O nível do lençol freático provavelmente está mais alto, o que deu mais segurança para a contenção da estrutura", disse.
"Ali não tem adutoras passando água limpa. Provavelmente foi o desmoronamento da terra que interrompeu o fluxo [de água]. Como a água é escura, provavelmente é uma galeria de esgoto que passa por ali. A terra que desmoronou que interrompeu o fluxo da água".
Ao engenheiro, o risco de novos desabamentos existe. "Eu recomendaria que continuassem com o tráfego de veículos interrompido, porque precisa verificar se a água está entrando do lado do rio para o buraco. Provavelmente, essa água entrou no túnel de serviço que vai até o Rio Tietê. Seria recomendável a cautela de manter o trânsito interrompido até que se avalie a extensão do dano ou a possibilidade do túnel, que provavelmente também foi invadido, desmorone".