Servidores federais pressionam o governo por reajuste salarial
Em alguns setores, os funcionários já entregaram os cargos de chefia em protesto
SBT Brasil
Ao menos 14 categorias de servidores federais pressionam o governo por reajuste salarial. Em alguns setores, os funcionários já entregaram os cargos de chefia em protesto.
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A crise entre os servidores federais e o governo começou depois do Congresso aprovar R$ 1.7 bilhão para o reajuste dos salários dos policiais, um pedido pessoal do presidente Jair Bolsonaro. Só que isso se transformou em um problema para o palácio do planalto, já que os servidores de outras categorias também passaram a exigir reajustes, como explica o líder da entidade que representa mais de 200 mil servidores.
"Em dezembro o governo fez um aceno para as forças de segurança colocando 1 bilhão e 700 milhões no orçamento, ele meio que deu a largada para essa campanha salarial", afirma Rudinei Marques, presidente do FONOCATE.
O palácio do planalto ainda não bateu o martelo se o aumento dos policiais será realmente sancionado. Com o impasse, servidores de diversos órgãos federais deixaram os cargos em protesto. Só na receita federal, 1.289 auditores já deixaram as chefias. "A tendência, até pela falta de orçamento, é pela paralisação", pontua Isac Falcão, presidente do Sindifisco.
Técnicos do Ministério da Economia dizem não haver espaço no orçamento para reajustes a todas as categorias. O SBT Brasil apurou que, nos bastidores, o ministro Paulo Guedes chegou a considerar um aumento mínimo para outros setores, mas temendo uma avalanche de pedidos de aumentos, acabou recuando.
De acordo com um levantamento da instituição fiscal independente -- o IFI --, cada ponto percentual de aumento para os servidores pode custar até quatro bilhões para os cofres públicos. Este economista lembra que o cobertor é curto. Hoje, 75% de tudo o que governo arrecada já é gasto com o pagamento do funcionalismo.