Estiagem leva governo a declarar situação de emergência no sul do país
Produtores buscam auxílio com Ministério da Agricultura para conter prejuízos causados pela seca
SBT Brasil
A chuva apareceu nesta 4 ª feira no sul do Brasil, mas não é suficiente para amenizar quase dois anos de estiagem. São 132 municípios gaúchos em situação de emergência. No município de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, a 80 km de Porto Alegre, a cidade acumula R$ 12 milhões em prejuízos com a estiagem.
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"A gente vem de três estiagens consecutivas e esse ano a gente teve um inverno sem chuva. Então a nossa reserva de água no solo está quase nula, né", afirma a engenheira agrônoma da Emater - Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, Anna Xavier.
Na propriedade do produtor rural, Fábio Vogel, o arroio secou e água só da rede pública. "Tem que pegar água da prefeitura, milho 70% perdido, alfafa também em torno de 70% tá perdido, só com chuva boa para recuperar. E, a chuvinha de 10mm não fez nem cosquinha", afirma o produtor.
Segundo a Emater- Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, quase 140 mil propriedades gaúchas foram atingidas pela estiagem. E, mais de 5 mil famílias estão sem acesso a água. Nem mesmo chuvas esporádicas, como nesta 4ª feira (05. Jan), são suficientes para resolver o problema.
São 11 bacias hidrográficas que estão em estado de alerta no estado. Em Santa Maria, na região central, 105 famílias precisam ser abastecidas com caminhão-pipa. "Dura uma semana, a gente poupando né. Só para banho, louças, essas coisas né?", conta o metalúrgico, Paulo Eduardo da Luz.
O governo gaúcho se reuniu nesta 4ª feira para definir medidas de socorro aos produtores rurais e comunidades sem água. Esta estiagem pode ficar entre as cinco mais longas da história.
"A gente vê que as instabilidades não são vigorosas. Tem o lado bom, não temos tempestades, mas nós precisávamos de maior precipitação", conta o doutor em climatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Francisco Aquino.
A seca, que atinge a região sul, mudou até o cenário de um dos pontos turísticos mais visitados do país. O volume de água diminuiu muito nas Cataratas do Iguaçu. Assim como no Rio Paraná, que alimenta as turbinas de Itaipu.