Estados registram aumento de casos da nova cepa da gripe
O H3N2 tem lotado hospitais de diversas partes do país
SBT Brasil
Em estados como São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro e Pará os casos da cepa H3N2 da influenza estão aumentando significativamente. A prefeitura de São Paulo anunciou que irá disponibilizar testes para a rede pública de saúde.
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"Eu sinto muita dor no corpo, dor de cabeça, enjoo, falta de apetite. Eu tenho coriza e eu tenho uma febre baixa. Eu estou pensando em ir no pronto-socorro", afirma a advogada Monica Maluf.
É o que muita gente está fazendo em São Paulo, onde na primeira quinzena de dezembro foram feitos mais de 90 mil atendimentos de pacientes com sintomas gripais só na rede municipal.
Almyr Policarpo foi parar no hospital, pois pegou a gripe no trabalho. "Aí tinha um dos advogados que estavam com tosse, e aí caiu todo mundo do escritório. Todo mundo que estava no escritório na segunda-feira", conta.
No Rio de Janeiro, os números são de epidemia. Em manaus, filas enormes nas unidades de saúde e em todo o Amazonas os casos dispararam, foram de 62 em novembro para 295 até 9 de dezembro. Há um surto também em Belém, no Pará, onde hospitais e postos estão lotados.
O vírus da vez é o da influenza e a cepa a H3N2. Ainda não se sabe se ela é mais letal do que outras. A diferença é a época em que o vírus está contaminando tanta gente. Em geral, é no outono e inverno, mas uma conjunção de motivos dá a pista do porquê temos tantos casos agora no fim do ano.
Paulo Salvida, médico do hospital das clínicas, explica: "Como a gente está com um verão e uma primavera tão maluca, que tem frio, tem calor, que ele resolveu antecipar a vinda dele. Tem um outro problema que está atrapalhando. A contingência de pessoas que está comendo mal, com fome, aumentou muito. E se tem uma coisa que diminui imunidade, principalmente de criança é a desnutrição".
Outro fator determinante é a baixa cobertura vacinal. Na capital paulista, por exemplo, menos de 75% do público alvo, principalmente crianças e idosos, se vacinaram contra a gripe nesse ano.Mas ainda dá tempo, segundo o médico Antônio Carlos Madeira. "Então mesmo quando você não tem uma vacina específica praquele vírus, você tem uma vacina muito parecida com a ideal praquele vírus. O que faz com que, pelo menos, você tenha uma gravidade menor dos casos", afirma.
Nesta época de confraternizações, os médicos alertam: "Se nós mantivermos o uso de máscaras, mantivermos o afastamento social, não tenho dúvida que você dificulta a transmissão do vírus influenza".