Lula: "Ninguém gosta de viver de Bolsa Família, de auxílio emergencial"
Ex-presidente criticou governo Bolsonaro, ao falar na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo
Em discurso no 9º Congresso da Força Sindical, no centro de São Paulo, nesta 4ª feira (8.dez), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL) e o Congresso Nacional, se posicionou em defesa das pessoas em situação de vulnerabilidade e disse que está se "dispondo a voltar a ser candidato".
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
No início da fala, Lula, que é o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República nas eleições de 2022, afirmou que o país vive um "retrocesso". Posteriormente, rebateu críticas, que disse serem comuns, sobre sua gestão não ter sabido conduzir a economia: "a dívida pública interna era de 60%. Nós deixamos ela em 32%. O Brasil era tão responsável que eu apanhei muito do PT, apanhei muito do movimento sindical, porque eu fiz superávit primário durante todo o período que eu governei esse país".
Em outro momento, em crítica ao governo Bolsonaro, pontuou: "quando a gente governa um país, a gente se cerca de pessoas preparadas para cuidar das coisas, e não precisaria ter acontecido 615 mil mortes [por covid-19] se a gente tivesse criado um comitê de crise, se a gente tivesse ouvido os cientistas e se a gente tivesse feito aquilo que a ciência mandou a gente fazer".
+ Auxílio Brasil de R$ 400 será pago na 6ª feira, diz ministro
Lula defendeu ainda a adoção do passaporte da vacina para a entrada de pessoas no país, ao qual Bolsonaro é contrário. Nas palavras do ex-presidente, "se ele não gosta dele, se ele não gosta do seu filho, se eles não se respeita, ele precisa criar responsabilidade e permitir que as pessoas estejam obrigadas a apresentar um teste de vacinação para proteger a sociedade brasileira".
Já sobre o Congresso, o petista disse que este "não tem nenhum sentimento com o povo brasileiro". "Eles não tem nenhuma preocupação. Essa gente que está passando fome na praça aí é gente vagabunda que não quer trabalhar, é assim que eles falam. Essa gente poderia ter estudado. Tem gente que fala 'ah, eu estou querendo contratar um empregado, não consigo achar um jardineiro, porque esses vagabundos não querem trabalhar'. Essa gente acredita que as pessoas que estão dormindo na rua, morrendo de frio, que as pessoas levantam de manhã, não tem água para beber, não tem um banheiro para frequentar, fazem isso porque gostam? Fazem isso como se fosse um turismo?", completou.
+ Doria: se governo federal não cobrar, SP adotará passaporte da vacina
Ainda falando sobre as classes menos favorecidas, Lula disse que o emprego é o que "mais dá dignidade" para as pessoas. "Todo mundo aqui sabe que uma das coisas que um chefe de família tem mais orgulho é ele saber que ele levanta todo dia, vai para o seu trabalho, trabalha o mês inteiro, quando chegar no fim do mês, ele tem um dinheiro para pagar a comida que os seus filhos comeram, tem dinheiro para pagar o seu aluguel, tem dinheiro para pagar a luz e ainda tem dinheiro para, quem sabe, levar a família para um almoço fora de casa. Esse é o orgulho. Ninguém gosta de viver de Bolsa Família, de auxílio emergencial".
O ex-presidente afirmou também que precisa voltar ao Palácio do Planalto "para fazer mais" e cobrou uma mudança de postura por parte dos sindicatos: "precisa voltar a ser um órgão de contestação".
Veja também: