Perdeu a Black Friday? Não esqueça das dicas para achar boas promoções
Veja as dicas de especialistas de como achar o produto que você quer e evitar dores de cabeça
A busca por uma boa compra de um produto ou serviço de ótima qualidade e barato é um desafio para o consumidor. Mesmo na Black Friday, que ocorreu na última 6ª feira (26.nov), descontos acabaram não sendo encontrados pelos internautas. A alta inflação e a desvalorização do real frente ao dólar são duas justificativas para a pouca quantidade de boas promoções.
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Segundo a Neotrust, empresa de pesquisa do mercado digital, a Black Friday de 2021 manteve o padrão da edição de 2020. De 5ª feira (25.nov) até às 17h desta 6ª feira (26.nov), o número total de compras chegou a 5,6 milhões e o faturamento alcançou R$ 4 bi, uma alta de 5% se comparado à mesma data do ano passado.
Para os que deixaram a Black Friday passar ou não se surpreenderam com os descontos, o SBT News preparou um guia com a opinião de três especialistas de como continuar as suas buscas pelo produto ou serviço com as melhores condições de compra.
Antes das compras
De acordo com levantamento da Paypal, um em cada quatro brasileiros vai continuar comprando de forma online, mesmo com o fim da pandemia, ou seja, a compra online virou um hábito. "A gente aprendeu que é muito mais fácil, não gasta no estacionamento, ganhamos confiança no modelo, as mercadorias chegam nos prazos e de vez em quando até antes, os consumidores aprenderam mesmo que é uma boa alternativa", ressalta Maurício Morgado, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV EAESP.
Com as redes sociais e a internet, a jornada de compras, de acordo com o especialista, mudou e ficou difusa. "Hoje, o processo não é mais ver a propaganda na TV, decidir e ir à loja física comprar", explica. No entanto, Maurício ressalta que, dependendo do item, ir ao estabelecimento pode trazer um maior desconto no preço. "Vale a pena dar uma passadinha na loja física para ver se consegue um preço um pouquinho melhor. Decoração, vestuário, cama, mesa e banho, por exemplo", diz. A advogada especialista em direito do consumidor Andrea Costa concorda com Maurício e destaca que quando há a promoção pelo aplicativo ou pelo site e não na loja física, é possível exigir no estabelecimento que o produto seja vendido pelo valor mais baixo, podendo cobrir a oferta do aplicativo e sair mais barato.
No entanto, se o produto for um celular ou notebook, existem sites que facilitam a comparação de preços, tornando o online mais fácil para a pesquisa. "A internet tem a facilidade da comparação, mas exige a paciência desse buscar, ler, navegar, entrar em diversos sites antes de tomar a decisão de compra definitivamente", explica o professor que ressalta a importância de iniciar as pesquisas de preço de duas a três semanas antes das compras.
Maurício indica sites buscadores de preços e que mostram as oscilações do valor para fazer boas buscas por itens como o Zoom, o Buscapé e o On Stores, mas também nas plataformas online das lojas varejistas. "Depois que faz uma pesquisa nesses sites, você começa a tirar uma lógica dos preços. Tem o custo do fabricante, tem a concorrência, que tá te dando um preço final também. Maurício separou três dicas para os consumidores praticarem antes das compras:
- Se perguntar: eu preciso disso? Como vou pagar? Posso gastar essa quantia?
- Pesquisar em sites buscadores de preços ou em plataformas de varejistas.
- Se organizar, fazer planilhas, cálculos, listas.
Na hora das compras
Atenção. Todos os especialistas entrevistados durante a série Live do Consumidor no SBT News explicaram que é preciso estar atento na hora das compras. Maurício ressalta que os detalhes, as letras e linhas pequenas devem ser lidas e observadas. Saber os detalhes sobre prazo de entrega e a origem do produto também faz toda a diferença na compra.
Viviane Santana, advogada especialista em direito do consumidor, destaca, que por mais incrível que pareça a promoção, é preciso desconfiar. "Desconfie dos milagres, eles não acontecem, tem que desconfiar quando está muito vantajoso. Quando a esmola é demais, é melhor desconfiar", explica.
Andrea dá outra dica para que a compra seja feita com segurança: optar por empresas conhecidas. Grandes varejistas, empresas menores, todas devem ser pesquisadas anteriormente. "Consultar o ReclameAqui, outros sites de defesa do consumidor, jogar no Google, nas redes sociais, para saber se o site onde está comprando é seguro", explica Andrea.
Na hora do pagamento, conferir se o CNPJ é compatível com o nome da empresa e detalhes da forma de pagamento é essencial para não cair em golpes. Viviane Santana dá uma dica prática quando o pagamento é em boleto. "Os números do fim do boleto são equivalentes ao valor da compra e o código do banco está nos número do início do boleto", explica.
Observar a organização do site, a disposição dos produtos, se há cesta de compra e as formas de pagamento, seja pix, boleto, cartão de crédito ou débito são algumas formas de perceber se o site é seguro ou não, de acordo com Heliezer Vianna, especialista em segurança digital. "No canto superior esquerdo, geralmente sites seguros, apresentam um cadeado e também o https antes do link. A verificação do domínio do site, se tem alguma falha ou erro na grafia também é importante. Ver se há o fale conosco, o telefone da empresa e se há uma política de privacidade dos dados na plataforma são outras dicas", destaca Heliezer. Ter antivírus e mecanismo de proteção contra ataques hackers podem ajudar também na proteção.
O depois das compras
Se houver algum problema, seja na entrega do produto, se ele vier danificado, ou se houver cobrança indevida, o consumidor pode exigir o seu dinheiro de volta. De acordo com Andrea Costa e Viviane Santana, há diferentes formas de recorrer aos direitos, seja enviando uma mensagem para o serviço do consumidor do site, seja para a plataforma online, mas é preciso recorrer de forma administrativa.
"Se conseguir entrar no consumidor.gov, em menos de um mês a empresa precisa dar uma resposta. A dica é anotar o dia, protocolar tudo, fazer o cadastro, escrever todos os detalhes. O consumidor.gov dá um prazo para resolver e daí começa um diálogo. A plataforma tem entre seus princípios resolver em 30 dias o problema. É uma das novas ferramentas que o consumidor tem", destaca Viviane e Andrea.
O consumidor precisa cobrar, tem que exigir e o prazo de desistir da compra ou cancelá-la é de sete dias. "Além disso, se o produto não vier como o divulgado, o consumidor pode devolvê-lo e o frete é por conta da empresa", destaca Marcelo Mundim, especialista em direito do consumidor. O especialista resume em três caminhos as possibilidades para o consumidor que enfrentou alguma fraude:
- Entrar no site do Procon ou consumidor.gov e reclamar
- Fazer um boletim de ocorrência online no site da polícia civil
- Ação judicial é em último caso, quando nada não foi resolvido
Black Friday
É a quinta melhor data de vendas para o comércio, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ela só perde para o Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
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