Homem é preso injustamente por roubo após reconhecimento de foto
Nos últimos oito anos, no RJ, foram 73 prisões injustas e exclusivas por fotos, sendo 80% identificados como negros
Primeiro Impacto
Um homem sem antecedentes criminais foi preso por roubo após ser unicamente reconhecido por uma foto 3x4, no Rio de Janeiro (RJ). Considerando a prisão arbitrária e injusta, a Ordem dos Advogados do Brasil acompanha o caso.
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Alberto Meyrelles de Santana Júnior, um estivador de 44 anos, foi preso na última 4ª feira (16.nov) como autor de um roubo. No entanto, segundo os familiares, Alberto foi assaltado em 2019 e teve a carteira com todos os documentos levada pelos bandidos. A ocorrência foi registrada.
A carteira foi achada, dentro do carro usado pelos criminosos, dias depois do crime. A Carteira Nacional de Habilitação de Alberto foi apresentada na delegacia e, com isso, a foto dele entrou no banco de dados da Polícia Civil.
No mesmo período, uma vítima de assalto foi à delegacia. Os policiais mostraram a foto de Alberto, um homem negro, que foi reconhecido como um dos bandidos.
A Defensoria Pública do estado entrou com pedido para revogar a prisão do estivador e lembrou que, em oito anos, o Rio teve 73 casos de prisões injustas feitas exclusivamente pelo reconhecimento da foto. Das prisões baseadas nesse tipo, mais de 80% dos identificados são negros.
A Secretaria de Polícia Civil afirma orientar delegados a não usarem somente fotos como provas e uma campanha da OAB tem a mesma preocupação.
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