Enterro do pastor que ressucitaria atrasou por "respeito à família"
Diretor da funerária nega irregularidade, mas foi autuado por demora no sepultamento

SBT News
A funerária Paz Universal declarou que usou o "bom senso" para atrasar o sepultamento do pastor Huber Rodrigues, de 49 anos, que ocorreu por volta da meia-noite de 3ª feira (26.out). A família acreditava que o pastor "ressucitaria". O corpo não passou por nenhuma forma de embalsamamento ou de conservação, somente foi colocado em um recinto refrigerado.
O diretor executivo da empresa, Wanderley Rodrigues, explicou que o atraso para o sepultamento do corpo se deu em respeito aos parentes do morto e, também, à vontade do pastor. "A família aguardava até o horário no qual ele ressuscitaria. Não ocorrendo, ele seria sepultado. Nós apenas atendemos à família dentro do que era a necessidade. Como não havia nenhuma legislação contrária, tivemos tranquilidade para realizar (o enterro)"
O caso do pastor Huber Rodrigues movimentou a cidade de Goiatuba (GO), no início desta semana. Em 2008, o pastor escreveu um texto dizendo que ressuscitaria no terceiro dia após a sua morte e que, nesse período, seu corpo não teria mau cheiro e não entraria em estado de decomposição. O documento foi assinado por duas testemunhas, mas não chegou a ser registrado em cartório.
Após a morte por covid-19, na manhã do último sábado (23.out), a família do pastor pediu para que o corpo fosse velado depois do prazo de três dias. De acordo com Wanderley Rodrigues, o velório do corpo foi privado, durou duas horas e contou com a presença de três pessoas: a esposa e dois acompanhantes.
Depois, uma multidão se reuniu em frente à funerária em Goiatuba, no interior de Goiás, para acompanhar o enterro, que aconteceu na madrugada de 3ª feira (26.out). A cerimônia também foi transmitida pelas redes sociais, onde mais de 11 mil pessoas ainda acreditavam que o pastor ressucitaria.
De acordo com Wanderley, a funerária informou à Vigilância Sanitária sobre o caso de Huber, na última 2ª feira (25.out). No local, fiscais lavraram um auto de infração. Segundo o diretor executivo da Paz Universal, "a empresa não cometeu nenhuma infração nesse sentido". A funerária deve recorrer da punição.