Renda milionária de Lessa vinha da venda de armas e homicídios, diz promotor
Investigação apontou padrão de vida incompatível com a renda do ex-PM, acusado de matar Marielle Franco
O promotor de Justiça Fabiano Cossermelli disse, nesta 6ª feira (15.out), que a quantia milionária que o ex-policial militar Ronnie Lessa tinha em suas contas bancárias era procedente da venda de armas e da prática de crimes de homicídios. Segundo as investigações, os valores eram movimentados em contas de "laranjas" para ocultar a origem ilícita.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Na noite de 5ª feira (14.out), Lessa e sua esposa, Elaine Pereira Figueiredo Lessa, tiveram novas prisões decretadas pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele está preso desde março de 2019, na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande/MS, acusado de efetuar os disparos que causaram a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
De acordo com o promotor, as movimentações financeiras, entre 2014 e 2019, eram incompatíveis com a renda declarada de Lessa para o período, com média mensal de R$ 7.095,05. A maior parcela é fruto de depósitos em espécie, cuja origem não foi identificada. Neste período, o ex-PM movimentou R$ 5.729.013,40, enquanto sua renda declarada como reformado da PMERJ, foi de R$ 416.226,17.
Cossermelli apontou ainda que a evolução patrimonial apresentada por Ronnie também é incompatível com seus ganhos. O ex-policial adquiriu imóveis na orla da Barra da Tijuca, em Angra dos Reis, em Mangaratiba, entre outros, além de uma lancha de 33 pés e veículos de alto valor. Todos os bens eram registrados em nome de "laranjas" para desviar a atenção do Ministério Público.