Pesquisa aponta como são construídas as lideranças nas favelas de SP
O estudo foi feito em três comunidades por dois anos e publicado em livro nos EUA
Coletividade, mobilidade e propósito. Essas são três das características de lideranças nas favelas de São Paulo, segundo o estudo What Favelas Can Teach About Leadership: the Importance of Shared-purpose and Place-based Leadership, em português, O que as favelas podem ensinar sobre liderança: a importância da liderança com propósito compartilhado e local. O estudo traz a análise de pesquisas de campo e entrevistas feitas ao longo de dois anos em três favelas da Zona Sul da cidade de São Paulo: Campo Limpo, Capão Redondo e Jardim Ângela.
Desenvolvida por pesquisadores da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) da Fundação Getulio Vargas (FGV), a pesquisa analisou as lideranças das favelas e percebeu que uma das principais características é a coletividade. De acordo com o estudo, não é apenas um líder que centraliza as decisões. São vários, por não existir relações formais de autoridade.
Outro aspecto observado é a mobilidade entre os cargos de liderança. É um processo dinâmico, no qual moradores e líderes comunitários trocam de posições. Além disso, o surgimento de liderança nas favelas se dá por meio de uma demanda local, e acaba sendo com base em um propósito compartilhado pelos moradores.
O estudo foi publicado em 29 de setembro no livro Reimagining Leadership on the Commons: Shifting the Paradigm for a More Ethical, Equitable, and Just World (Liderança compartilhada: mudando o paradigma para um mundo mais ético, equitativo e justo, em tradição livre), da editora Emerald.