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Brasil

Agropecuária avança com rapidez sobre o Cerrado, mostra levantamento

Dos 13 estados que integram o bioma, 11 perderam 60 milhões de hectares nos últimos 10 anos

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Levantamento indica que quase todos os 60 milhões de hectares desmatados foram destinados à atividade agropecuária (Reprodução/SBT Brasil)
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A agropecuária tem avançado de forma rápida sobre o cerrado brasileiro, segundo levantamento do Mapbiomas divulgado nesta 6ª feira (10.set). Grande parte da mata virou pasto nas últimas décadas.

Entre os estados que mais perderam vegetação nativa, nos últimos dez anos, estão Maranhão (890 mil hectares), Goiás (810 mil hectares) e Tocantins (1,11 milhão de hectares), onde o Cerrado ocupa 87% do território. De acordo com o engenheiro ambiental e professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Eduardo Quirino, "as queimadas, muito além daquele dano visual que a gente vê, ela traz um problema muito sério que é os danos à biodiversidade, e quando a queimada é recorrente chega a interferir na biodiversidade num nível tão alto que acaba com a capacidade da biodiversidade se regenerar".

Dos 13 estados que integram o bioma Cerrado, 11 perderam 60 milhões de hectares nos últimos 10 anos, o equivalente a pouco mais de dez vezes o Distrito Federal. O levantamento da Mapbiomas mostra que quase toda essa área (98,8%) foi destinada à atividade agropecuária, em especial, a pastagem.

O professor da Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Rede de Especialista em Conservação da Natureza Braulio Dias afirma que o "Cerrado é o bioma com as maiores taxas de desmatamento e com as maiores taxas de queimadas no Brasil". "Então eu acho que é a importante a população toda, o governo e os políticos prestarem atenção pra isso. A Amazônia merece toda atenção, mas o bioma Cerrado é o que mais vem sofrendo nas últimas décadas", completou.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também reforçam essa preocupação. No mês passado, o Cerrado registrou uma área sob alerta de desmatamento maior que a da cidade de Belo Horizonte (433 km²). Esta época do ano é a mais crítica, já que o calor e o tempo seco no Cerrado aumentam a ocorrência de incêndios. Mas, desde o começo do ano, já havia motivos para preocupação. De janeiro a agosto, foi registrado o maior número de focos de queimadas para o período desde 2012. Tudo isso contribui para a perda de um dos bens mais preciosos: a água.

"É muito importante a gente começar, apesar de a gente já falar isso ha quase 30 anos, que o uso da terra nessa escala que a gente vem observando no bioma teriam impacto muito claro, muito evidente e muito drástico sobre a oferta de recursos para o Brasil". afirmou a bióloga, pesquisadora e professora da UnB Mercedes Bustamante.

Veja reportagem do SBT Brasil:

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