Ex-ministro e professor de economia João Sayad morre aos 75 anos
Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês para tratamento hematológico e oncológico
SBT News
O ex-ministro do Planejamento e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) João Sayad morreu neste domingo (5.set) aos 75 anos, em São Paulo, devido a complicações onco-hematológicas.
A informação foi confirmada pelo Hospital Sírio-Libanês, onde ele estava internado, desde 30 de agosto, para tratamento hematológico e oncológico sob os cuidados dos médicos Yana Novis e Diogo Assed Bastos.
Sayad nasceu em São Paulo em 1945. Ele concluiu graduação em economia pela FEA/USP em 1967 e tornou-se professor do Departamento de Economia da faculdade no ano seguinte. Em 1976, atingiu o grau de Ph.D em economia pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
O professor foi ministro no governo de José Sarney e um dos responsáveis por elaborar o Plano Cruzado, que substituiu o cruzeiro pelo cruzado como moeda do Brasil. Além disso, ocupou os cargos de secretário da Fazenda de São Paulo (1983-1985) na gestão de Franco Montoro, secretário de Finanças da capital paulista (2001-2003), quando Marta Suplicy era prefeita, e de secretário de Cultura (2007-2010) do estado no governo de José Serra.
Autor de vários artigos e livros, entre os quais Dinheiro dinheiro (2015), foi ainda presidente da Fundação Padre Anchieta entre 2010 e 2012, vice-presidente de finanças e administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e presidente do Banco SRL American Express.
Pelo Twitter, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad e o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) lamentaram a morte. "Uma das pessoas mais admiráveis que já conheci. Inteligente, bem-humorado, generoso... não cabe num tuíte nem numa biblioteca o tamanho desse ser humano", escreveu o primeiro.
Já o segundo o chamou de "grande economista". O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, também se pronunciou. "Sayad desempenhou um papel importante na história dos planos econômicos brasileiros", disse em nota.
Ainda no comunicado, pontuou: "Neste momento de dor, a CNI homenageia João Sayad e espera que sua família e amigos encontrem conforto espiritual na trajetória exemplar desse notável homem público".
João Sayad nos deixou. Uma das pessoas mais admiráveis que já conheci. Inteligente, bem-humorado, generoso? não cabe num tuíte nem numa biblioteca o tamanho desse ser humano. Que perda enorme! Choro um irmão!!
? Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) September 5, 2021
Morreu o querido João Sayad. Foi um grande economista. Ajudou muito o Brasil como ministro e a cidade de São Paulo, como secretário de finanças.
? Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) September 5, 2021
CNI LAMENTA MORTE DO EX-MINISTRO JOÃO SAYAD
Em nome da Confederação Nacional da Indústria (CNI), lamento profundamente o falecimento do economista João Sayad, ocorrido neste domingo (05/09), aos 75 anos, em São Paulo.
Sayad desempenhou um papel importante na história dos planos econômicos brasileiros quando, no cargo de ministro do Planejamento, no governo José Sarney, foi um dos arquitetos do Plano Cruzado, a primeira experiência organizada de combate à inflação após a redemocratização do país.
Na sua longa trajetória ligada a temas econômicos, Sayad ocupou, sempre com a competência, o conhecimento e a simpatia que lhe eram peculiares, a Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo (1983-1985), a Secretaria de Finanças do município de São Paulo (2001-2003) e a Vice-Presidência de Finanças e Administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Autor de diversos artigos e livros em que explicou os meandros da economia brasileira, homem afável, de sorriso largo e gosto refinado para as artes, ele foi, também, secretário de Cultura do estado de São Paulo (2007-2010) e presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura (2010-2012).
Neste momento de dor, a CNI homenageia João Sayad e espera que sua família e amigos encontrem conforto espiritual na trajetória exemplar desse notável homem público, que fará falta ao Brasil.
Robson Braga de Andrade
Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
