Madrasta é presa por suspeita de participar da morte de Miguel, no RS
Vídeo encontrado pela polícia mostra menino de 7 anos sendo ameaçado pela madrasta; mãe também está detida
Luciane Kohlmann
A polícia gaúcha levou a madrasta de Miguel Rodrigues, de 7 anos, de volta ao apartamento de uma pousada de Imbé (RS), no litoral, onde ela e a namorada, mãe do garoto, mataram o menino na 4ª feira (28.jul). Na reconstituição informal ocorrida na noite de domingo (1º.ago), Bruna Nathiele Porto da Rosa, de 23 anos, detalhou como eram as agressões à criança, que chegou a passar dias presa em um pequenos espaços no banheiro e dentro de um armário.
A madrasta foi presa no domingo (1º.ago) pelos crimes de tortura, homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Em depoimento, ela disse que antes de morrer, o menino levou uma surra da mãe, Yasmin Rodrigues, de 26 anos, presa desde a 5ª feira (29.jul), quando confessou o crime. Miguel teria ficado gritando e gemendo e as duas mulheres deram um antidepressivo ao menino e, depois, quebraram os ossos para que a criança coubesse numa mala. Em seguida, o corpo foi jogado no rio Tramandaí. Os bombeiros fazem buscas desde a madrugada de 6ª feira (30.jul).
Um vídeo obtido pela polícia mostra o menino preso em um armário, sendo ameaçado pela madrasta. A mulher tortura a criança afirmando que bateria nela caso o menino fizesse xixi. As ameaças vão de agressões físicas a declarações de que "esfregaria" o xixi no rosto do garoto.
Em conversa por aplicativo de mensagem trocada com a irmã, a madrasta diz que Miguel estragou o namoro e que ela não aguentava mais. Em outra mensagem, ela e a namorada discutem a compra de uma corrente. Na residência do casal, a polícia aprendeu dois cadeados, que seriam usados para prender o garoto.
A mãe do menino tentava transferir a guarda de Miguel para a avó materna, que mora no interior do Rio Grande do Sul. Yasmin Rodrigues entregou parte da documentação no início de julho. A carteira do trabalho e o comprovante de renda só foram encaminhados no fim do mês. A Defensoria Pública ajuizou a ação no dia 29 de julho, dia do assassinato. A polícia não descarta a participação de mais pessoas no crime. Miguel não tinha registro paterno.
Veja reportagem do SBT Brasil: