Surto de covid-19 no Hospital de Apoio de Brasília é da Delta
Análise genética do Lacen dos 36 pacientes contaminados já confirma alguns casos da nova variante
Viviane Costa
São 29 casos confirmados da variante Delta no HAB. Segundo nota da Secretaria de Saúde, 26 servidores do Hospital de Apoio de Brasília (HAB) e 10 pacientes apresentaram sintomas. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do DF realizou análises genéticas e detectou casos da nova variante.
Os servidores diagnosticados já foram afastados e estão em isolamento domiciliar com acompanhamento de teleatendimento. Já os pacientes positivos, que precisam de mais cuidados, foram encaminhados para leitos de covid-19 na rede de saúde da Secretaria.
O SBT News apurou que todos os profissionais de saúde do hospital já foram vacinados com as duas doses dos imunizantes. A testagem dos demais funcionários e pacientes está sendo realizada no HAB e todas as alas serão submetidas a desinfecção. O hospital suspendeu novas internações por sete dias e restringiu a visitação.
As equipes de Vigilância e Controle de Infecção já iniciaram os processos de rastreio das pessoas que entraram em contato com os possíveis infectados com a nova cepa. Estão realizando também o monitoramento dos servidores afastados e novos treinamentos para as equipes quanto ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e precauções contra covid-19.
Variante Delta
Na última 4ª feira (21.jul), o Governo do Distrito Federal (GDF) confirmou a cepa Delta do coronavírus em seis habitantes de Brasília. Outras quatro pessoas que tiveram contato com os infectados estão sendo monitoradas pela Secretaria de Saúde.
A Delta, classificada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser a mais contagiosa entre todas as cepas sequenciadas, foi encontrada inicialmente na Índia. "Os estudos mostram que os portadores dela apresentam uma maior carga viral e se tornam transmissores mais precocemente quando comparado com outras. Isso faz com o o RT (a taxa de transmissão) dela seja também maior que as demais, o que fez com ela se espalhasse tão rapidamente na Europa e Estados Unidos", destaca a infectologista Ana Helena Germoglio.
A infectologista ressalta que todas as vacinas utilizadas no Brasil são eficazes contra a cepa. "Principalmente após a segunda dose ou com o uso de vacina de plataforma de dose única". Segundo a médica, o problema recai sobre a necessidade urgente de mais doses e aumento do percentual da população completamente vacinada para evitar uma terceira onda.