CNE defende volta às aulas presenciais mesmo sem vacinação de professores
Presidente do Conselho Nacional de Educação pondera necessidade de avaliar condições sanitárias
Roseann Kennedy
O Governo ampliou o discurso pela reabertura das escolas no país, mesmo sem todos os professores estarem vacinados, e o Conselho Nacional de Educação (CNE) reforçou a defesa. Mas também destacou a necessidade de avaliar as condições sanitárias locais.
Em entrevista ao SBT News nesta quarta (21.jul), a presidente do CNE, Maria Helena Guimarães, disse que o colegiado já emitiu dois pareceres a favor do funcionamento das escolas, o primeiro em dezembro e o mais recente agora em julho.
"No parecer do CNE, nós defendemos a volta às aulas, respeitando as condições locais de contágio da pandemia e as decisões dos sistemas de ensino que têm autonomia constitucional", destacou.
Maria Helena relatou que, no exterior, os estudantes retornaram às escolas mesmo antes da vacinação. "Todos os países da Europa, mesmo nos Estados Unidos, começaram a voltar às aulas antes da vacinação. As escolas fechadas trazem um prejuízo muito grande para as crianças e os adolescentes e o Brasil é dos países que ficaram mais tempo com escola fechada".
Para a presidente do CNE, não é só o ritmo de vacinação no Brasil que está gerando um fechamento mais prolongado da rede escolar.
"No ano passado, a campanha eleitoral atrapalhou demais a volta às aulas. Muitas prefeituras eram contra a reabertura e tinham medo que reabrindo ocorresse algum problema que pudesse atrapalhar (nas eleições). Além disso, muitas escolas particulares reabriram e as famílias tinham medo, não se sentiam seguras de mandar as crianças para as aulas. Recebemos várias manifestações nesse sentido", ilustrou.
Maria Helena destaca que neste ano, porém, a maior dificuldade tem sido a questão dos sindicatos. "Os sindicatos têm se posicionado contra a volta às aulas, dependendo da vacina, o que é na minha visão e na visão do conselho um equívoco. Entendemos que todas as escolas que têm condições de seguir os protocolos devem reabrir", concluiu.