Membros do MPF elegem lista tríplice para procurador-geral da República
Em 2019, a relação foi ignorada pelo presidente Jair Bolsonaro, que escolheu Augusto Aras
SBT News
Com expressiva participação, 811 membros do Ministério Público Federal (MPF) elegeram a lista tríplice para procurador-geral da República nesta 3ª feira (22.jun). O quórum de votação representa 70% do Colégio de Procuradores.
Foram eleitos, por ordem de votação, os subprocuradores-gerais da República Luiza Frischeisen (647), Mario Bonsaglia (636) e Nicolao Dino (587). Luiza Frischeisen já havia composto a lista em 2019; Bonsaglia, em 2015, 2017 e 2019; e Nicolao Dino, em 2017.
"A lista tríplice é um processo democrático, transparente, em favor da sociedade, para indicação do procurador-geral da República. Os três nomes escolhidos reúnem décadas dedicadas ao país, ao MP, à democracia e aos direitos fundamentais. São, no entendimento dos membros do MPF, os mais aptos a exercerem o posto de PGR", avalia o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Ubiratan Cazetta.
O próximo passo da ANPR será encaminhar os três nomes mais votados aos presidentes da República, do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados -- o procurador-geral da República e o Conselho Superior do MPF também devem emitir parecer sobre a lista encerrada nesta semana.
A escolha é feita pelo chefe do Executivo -- o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em tese, ele pode escolher qualquer procurador para o posto: o indicado enfrentará uma sabatina em uma comissão do Senado e depois precisará dos votos de pelo menos 41 dos 81 senadores.
Lista ignorada
Em 2019, após intensa negociação, o presidente Jair Bolsonaro deixou de lado a eleição interna da ANPR e optou por um nome estranho à votação dos procuradores da República -- buscou um perfil conservador e afinado às ideias do Planalto.
A indicação de Augusto Aras foi criticada, também, por grupos de direita após críticas antigas do procurador à Operação Lava-Jato.