Família procura cartas perdidas em discos dos Beatles
Mensagens escritas de pai para filha estavam guardadas na coleção que ele vendeu antes de morrer por covid
SBT News
A caça ao tesouro que um potiguar deixou para a família após morrer de Covid-19 parece ter saído de um filme. Quando a mulher estava grávida da primeira filha, Karlo Schneider teve a ideia de fazer cartas para entregar no aniversário de 15 anos da Bárbara. E pediu que amigos também participassem, escrevendo conselhos para a vida adulta.
Em entrevista à TV Ponta Negra, afiliada SBT no Rio Grande do Norte, César Melo relembrou o dia em que recebeu o convite do amigo: "A gente estava no apartamento deles aqui em Natal quando ele colocou na minha frente um papel e uma caneta. Ele vivia fazendo esse tipo de coisa, gostava muito de caça ao tesouro".
Como era fã dos Beatles, Karlo guardou essas cartas dentro de discos de vinil que colecionava do grupo britânico. Parecia um bom esconderijo. Ele só não imaginava que perderia o emprego na pandemia e precisaria vender parte da coleção. Junto com os mais de 400 discos, foram também as mensagens escritas para a filha.
Na época, a esposa Alcione até tentou dissuadi-lo da ideia, mas não adiantou. Os vinis foram negociados pela internet e enviados pelos Correios. Tanto para sebos, quanto para colecionadores. Além da primogênita, Karlo Schneider, de 40 anos, deixou outros dois filhos pequenos.
A busca da família, após a morte dele em março deste ano, viralizou quando uma amiga compartilhou nas redes sociais. Ulla Saraiva acredita que as cartas estejam dentro de um ou mais discos: "Alguém está com essas cartas e a gente gostaria muito de dar essa mensagem que ele não vai poder dar pessoalmente, em razão da Covid-19".
As cartas podem estar em qualquer lugar do país. Alcione Schneider, esposa de Karlo, tem esperança de que elas apareçam até março do ano que vem, quando Bárbara completa a idade que o pai tanto esperava. "Mesmo sem saber, 14 anos atrás, ele preparou um presente pra ela. Eu tenho fé que nós vamos encontrar".
Quando a filha de Schineider nasceu, ele escreveu e pediu pra amigos escreverem cartas para ela ler aos 15 anos. Hoje ela tem 14 e ele faleceu meses atrás de covid. A questão é: as cartas sumiram.
? Ulla Saraiva (@ullissima) June 8, 2021