Exclusivo: Polícia faz busca em mercado na BA onde jovens roubaram carne
Ian e Bruno foram entregues a criminosos da região que torturaram e mataram os dois
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Policiais do Departamento de Homicídios cumpriram uma ordem de busca e apreensão determinada pela Justiça da Bahia contra o Supermercado Atacadão Atakarejo, em Nordeste de Amaralina, na zona sul de Salvador. A busca teve o apoio de peritos.
Na segunda-feira da semana passada (26.abr), Ian Barros, de 19 anos, e o tio dele, Bruno Barros da Silva, de 29, foram pegos por seguranças quando furtavam pacotes de carne no mercado. Eles foram entregues a criminosos da região, que torturaram e mataram os dois com dezenas de tiros.
O Departamento de Homicídios apreendeu o HD com todas as imagens do circuito de segurança. Apesar do supermercado afirmar que colabora com as investigações, as imagens entregues, segundo a Polícia Civil, foram editadas. Trechos importantes foram cortados.
![](https://static.sbt.com.br/noticias/images/content/20210504195459.jpeg)
As imagens entregues à Polícia Civil mostram apenas os rapazes pegando os pacotes de carne e sendo surpreendidos. O que os investigadores querem saber é como os dois foram entregues aos criminosos para serem executados. A suspeita é que isso aconteceu na garagem do mercado. Pouco antes, Bruno ligou para a família e disse que precisava de 700 reais para que ele e o sobrinho não fossem mortos. O valor seria a soma dos pacotes de carne que seriam furtados.Peritos recolheram ainda impressões digitais dos computadores do mercado para descobrir quem teria fraudado as imagens do sistema de segurança. Durante a operação, policiais ainda detiveram três homens. Eles foram levados para a sede do Departamento de Homicídios.
Além do crime bárbaro, o que intriga Polícia e Ministério Público é a ligação do supermercado com criminosos envolvidos com o tráfico de drogas na região. A suspeita é de que haveria um acordo de proteção para evitar furtos no mercado.
"Nós temos um sistema de justiça. Se era por conta de um furto, eles deveriam ser entregues às autoridades competentes. Jamais podemos falar que autoriza-se a morte de alguém por causa de um crime antecedente, é barbárie", disse a promotora Ana Rita Cerqueira Nascimento, coordenadora do Núcleo do Júri do MP da Bahia.
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