MPF denuncia 11 pessoas por prejuízo de mais de R$ 95 mi à Petrobras
Funcionários da estatal e de instituições financeiras participavam de esquema criminoso
SBT News
O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou, na última 6ª feira (30.abr), 11 pessoas por gerarem um prejuízo de aproximadamente R$ 95,6 milhões à Petrobras por meio de direcionamentos indevidos de contratos de câmbio. Segundo a instituição, os suspeitos praticaram crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e lavagem de ativos.
A denúncia é um desdobramento da 74ª fase da Operação Lava Jato, que foi deflagrada em setembro de 2020 e investigou um esquema criminoso para manipulação artifical das taxas nas operações de câmbio realizadas pela Petrobras com o Banco Paulista. Nele, eram utilizados mecanismos de lavagem de dinheiro.
O MPF explica que os operadores de câmbio da estatal direcionavam o fechamento de contratos para a instituição financeira - cujas taxas não eram competitivas em comparação às dos outros bancos -, e que, para isso, eles cotavam apenas com o Paulista, ou com o este e o Bradesco, onde um operador de mesa contribuía para o esquema oferecendo taxas piores com o objetivo de permitir que o outro banco vencesse a concorrência.
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Dessa forma, diz o MPF, os criminosos geravam um sobrepreço nos acordos e, depois, dividiam as quantias entre si. Para possibilitar o pagamento de propina, o Banco Paulista fechava contratos falsos com a empresa QMK Marketing, que lhe retornava o dinheiro em espécie (81% da nota).
A descoberta do esquema ocorreu a partir de uma delação premiada feita por Paulo Barreto, funcionário da mesa de câmbio da instituição financeira que já havia sido apontado em outra ação penal.
Na denúncia protocolada há três dias, o MPF pede à Justiça Federal para ordenar a devolução dos cerca de R$ 95,6 milhões à Petrobras, em valor atualizado conforme a inflação, e condenar os suspeitos a terem bens confiscados, além de pagarem indenizações por dados morais em quantias não menores que a do prejuízo gerado.
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