Bolsonaro e Doria trocam acusações por saúde em Manaus
Doria criticou governo o associando a "genocídio"; presidente respondeu e o chamou de "moleque" e de "medíocre"
No início da tarde, Doria culpou Bolsonaro pela situação de Manaus e disse que o Congreso deve reagir sobre a condução do governo frente à pandemia. O governador ainda associou as ações do governo federal a "genocídio".
"Li uma manifestação do presidente Jair Bolsonaro dizendo: "Fiz tudo o que estava ao meu alcance, o problema agora é do estado do Amazonas e da Prefeitura de Manaus". Inacreditável. Em outro país, isso talvez fosse classificado como genocídio. É um abandono aos brasileiros", declarou Doria em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
Horas depois, o presidente concedeu uma entrevista à TV Bandeirantes e reagiu às acusações do governador. Bolsonaro disse ter "um plano diferente da simplicidade de fechar tudo e ir para Miami". O presidente também afirmou estar se colocando em risco por enviar ajuda à capital do Amazonas, por, segundo ele, o Supremo Tribunal Federal ter decidido que ele não pode "interferir em estados e municípios sobre a covid".
"Se o João Doria tivesse o mínimo de vergonha na cara, ele falaria que o Supremo Tribunal Federal me tirou de combate para as ações contra a covid. Eu agora mereço um processo de impeachment porque estou ajudando o estado do Amazonas e estou proibido de agir nas causas voltadas para a covid. Agora estou passível em crime, sim, por estar ajudando o estado do Amazonas", afirmou Bolsonaro em entrevista.
"Agora, vem esse moleque, governador de São Paulo, me acusar de facínora. Seja homem, cara. É duro mexer com quem tem um comportamento como esse cara", disse em outro momento. O presidente ainda se referiu a Doria como "medíocre", e disse que ele o critica por interesse ao cargo de chefe do executivo.