Setor de medicamentos prepara sistema para devolver remédios sem uso
Modelo deve ser adotado até 2023 nas capitais do país que tenham mais de 500 mil habitantes
Reprodução/SBT
Karla Lucena
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O setor de medicamentos se prepara para iniciar a implantação, a partir do segundo semestre de 2021, do sistema de logística reversa de devolução de medicamentos vencidos ou em desuso pelos consumidores. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estima que cerca de 30 mil toneladas de remédios são jogados fora pelos consumidores anualmente no Brasil.
A implementação da devolução de remédios faz parte de um decreto assinado no ano passado. O modelo deve ser adotado nas capitais do país e em municípios com mais de 500 mil habitantes no período de 2021 a 2023. O plano é que passe a valer para as cidades com população superior a 100 mil pessoas até 2026. As empresas que deixarem de cumprir as regras podem ser multadas em até R$ 50 milhões.
Nas farmácias, os remédios serão registrados e depois encaminhados para as empresas de distribuição. As distribuidoras são responsáveis por fazer o descarte adequado sem agredir o meio ambiente. Os remédios poderão ser incinerados, processados ou levados a aterros sanitários especiais. Para preservar o meio ambiente, os fabricantes de medicamentos estão se preparando para receber esses remédios de volta.
Para o sanitarista Ricardo Silveira, o impacto dos remédios no meio ambiente é gigantesco:
"Você imagina fazer um coquetel de remédios e jogar tudo junto no meio ambiente. Você vai gerar produtos químicos que a gente às vezes tem controle, às vezes não tem. O descarte inadequado cria uma série de problemas".
O novo sistema chama-se Logística Reversa. Tudo vai começar pelo consumidor, que deverá trazer os remédios que perderam a validade até um ponto de coleta, que pode ser uma farmácia.
VÍDEO - Assista a reportagem do SBT Brasil sobre o caso