Brasil
Leia os depoimentos no mundo cultural a respeito de Nicette Bruno
Artistas e admiradores prestaram homenagem à atriz em comentário ao SBT News
Carlos Lins
• Atualizado em
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A morte da atriz Nicette Bruno, 87 anos, por complicações pela covid-19 deixou o universo artístico brasileiro em luto neste domingo (20.dez). Leia abaixo os depoimentos de representantes do setor cultural ao SBT News.
"Nicette Bruno foi uma das maiores atrizes da história brasileira. Porque ela deixou sua marca não só no teatro brasileiro, no qual ela foi uma das precursoras, como também na nossa televisão e no nosso cinema.
Nicette Bruno fez uma carreira que vem desde os primeiros anos de vida, porque ela já tinha pendores artísticos e muito novinha, ainda na adolescência, ela se tornou atriz. Muito jovem, também, ela criou seu próprio grupo de teatro, criou o histórico Teatro de Alumínio, em São Paulo, e participou de todas as principais companhias de teatro do Brasil.
Quando veio a televisão, ela, claro, se tornou logo uma estrela da TV, junto com seu marido, Paulo Goulart, que foi alçado ao posto de galã da televisão. Trabalharam muitos anos na TV Tupi. Os dois se transferiram para a Globo, onde ela fez muitas novelas inesquecíveis, personagens que marcaram gerações, como a Juju de "Mulheres de Areia", Dona Benta do "Sítio do Picapau Amarelo". Sempre com o seu carisma, sua generosidade, que tornavam ela um xodó da classe artística.
Todos nós éramos apaixonadíssimos por Nicette Bruno e sempre que ela encontrava algum colega, algum jornalista, um ator iniciante, ela fazia questão de dar sua palavra de incentivo, de ser muito generosa, sempre atendia todo mundo, e deixa aí um legado para as artes no Brasil. E uma família né, de grandes artistas, de grandes trabalhadores da arte: Beth Goulart, Bárbara Bruno, Paulo Goulart Filho; os netos, como Vanessa Goulart, que vão certamente levar em frente esse enorme legado.
Meus sentimentos à família Goulart Bruno, e o Brasil chora a morte de Nicette Bruno, essa atriz que era pequenininha, tinha um pouco mais de um metro e cinquenta, mas que na realidade era uma gigante"
"A história do teatro moderno brasileiro, ela passa inteirinha pela família da Nicette Bruno. A mãe dela, Eloanor Bruno, foi uma grande atriz, empresária? A Nicette foi empresária muito jovem, ela teve um teatro. E o encontro dela com o Paulo Goulart vai gerar essa história que todos nós conhecemos. Essa família maravilhosa, onde todos são artistas incríveis.
Vai fazer muita, muita falta, porque se encerra com a Nicette Bruno um jeito de pensar teatro, um jeito de se produzir teatro, um jeito de se caminhar no teatro. Era não só uma grande atriz, mas uma grande empreendedora e uma grande mestre. Vai fazer muita falta"
"A carreira da Nicette foi longeva e importante para o teatro não apenas como atriz, mas como produtora de companhia e, se não me falha a memória, como criadora ou gestora do Teatro de Alumínio.
Mas do período que acompanhei profissionalmente, posso dizer que me dei conta da dimensão de seu talento quando atuou na peça Somos Irmãs, uma criação plena de verdade e nuances que só uma pessoa com grande compreensão da fragilidade humana é capaz de moldar.
Nicette transmitiu o rigor de sua dedicação à arte milenar do teatro - tão desprezada pela atual gestão federal - aos seus três filhos.
E numa época em que se fala tanto da importância da família, a dela era exemplo de afeto e respeito mútuo.
Tenho orgulho de ter ganho dela um livro de receitas com os alimentos que ela e Paulo preparavam para os filhos. O melhor bacalhau que fiz até hoje, tirei dali.
É muito dolorido pensar que essa perda trágica poderia ter sido evitada."
Esta publicação está sendo atualizada com mais depoimentos.
MIGUEL ARCANJO PRADO, JORNALISTA E CRÍTICO DE ARTE
"Nicette Bruno foi uma das maiores atrizes da história brasileira. Porque ela deixou sua marca não só no teatro brasileiro, no qual ela foi uma das precursoras, como também na nossa televisão e no nosso cinema.
Nicette Bruno fez uma carreira que vem desde os primeiros anos de vida, porque ela já tinha pendores artísticos e muito novinha, ainda na adolescência, ela se tornou atriz. Muito jovem, também, ela criou seu próprio grupo de teatro, criou o histórico Teatro de Alumínio, em São Paulo, e participou de todas as principais companhias de teatro do Brasil.
Quando veio a televisão, ela, claro, se tornou logo uma estrela da TV, junto com seu marido, Paulo Goulart, que foi alçado ao posto de galã da televisão. Trabalharam muitos anos na TV Tupi. Os dois se transferiram para a Globo, onde ela fez muitas novelas inesquecíveis, personagens que marcaram gerações, como a Juju de "Mulheres de Areia", Dona Benta do "Sítio do Picapau Amarelo". Sempre com o seu carisma, sua generosidade, que tornavam ela um xodó da classe artística.
Todos nós éramos apaixonadíssimos por Nicette Bruno e sempre que ela encontrava algum colega, algum jornalista, um ator iniciante, ela fazia questão de dar sua palavra de incentivo, de ser muito generosa, sempre atendia todo mundo, e deixa aí um legado para as artes no Brasil. E uma família né, de grandes artistas, de grandes trabalhadores da arte: Beth Goulart, Bárbara Bruno, Paulo Goulart Filho; os netos, como Vanessa Goulart, que vão certamente levar em frente esse enorme legado.
Meus sentimentos à família Goulart Bruno, e o Brasil chora a morte de Nicette Bruno, essa atriz que era pequenininha, tinha um pouco mais de um metro e cinquenta, mas que na realidade era uma gigante"
IVAM CABRAL, ATOR E DIRETOR DE TEATRO
"A história do teatro moderno brasileiro, ela passa inteirinha pela família da Nicette Bruno. A mãe dela, Eloanor Bruno, foi uma grande atriz, empresária? A Nicette foi empresária muito jovem, ela teve um teatro. E o encontro dela com o Paulo Goulart vai gerar essa história que todos nós conhecemos. Essa família maravilhosa, onde todos são artistas incríveis.
Vai fazer muita, muita falta, porque se encerra com a Nicette Bruno um jeito de pensar teatro, um jeito de se produzir teatro, um jeito de se caminhar no teatro. Era não só uma grande atriz, mas uma grande empreendedora e uma grande mestre. Vai fazer muita falta"
BETH NÉSPOLI, JORNALISTA E CRÍTICA TEATRAL
"A carreira da Nicette foi longeva e importante para o teatro não apenas como atriz, mas como produtora de companhia e, se não me falha a memória, como criadora ou gestora do Teatro de Alumínio.
Mas do período que acompanhei profissionalmente, posso dizer que me dei conta da dimensão de seu talento quando atuou na peça Somos Irmãs, uma criação plena de verdade e nuances que só uma pessoa com grande compreensão da fragilidade humana é capaz de moldar.
Nicette transmitiu o rigor de sua dedicação à arte milenar do teatro - tão desprezada pela atual gestão federal - aos seus três filhos.
E numa época em que se fala tanto da importância da família, a dela era exemplo de afeto e respeito mútuo.
Tenho orgulho de ter ganho dela um livro de receitas com os alimentos que ela e Paulo preparavam para os filhos. O melhor bacalhau que fiz até hoje, tirei dali.
É muito dolorido pensar que essa perda trágica poderia ter sido evitada."
Esta publicação está sendo atualizada com mais depoimentos.
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