Crime
SP: PMs presos por extorquir traficantes também forjavam prisões
Os falsos encarceramentos serviam para que os agentes mostrassem eficiência em serviço. Os alvos eram jovens da periferia que, ao serem abordados, não tinham dinheiro para entregar aos PMs
SBT News
• Atualizado em
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Investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo revelaram que os dez policiais militares, presos por usar serviços de inteligência da Corporação para extorquir dinheiro de traficantes, também forjavam prisões para demonstrar eficiência em serviço.
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça revelam que, ao abordar jovens da periferia que não teriam dinheiro para dar aos policiais, eles decidiram "incrementar a ocorrência".
Em uma conversa, no fim do ano passado, os cabos Colonesi e Caricati decidiram trazer pedras de crack para apresentar junto a três adolescentes na delegacia. Um deles era o filho de 15 anos de uma mulher, que prefere não ser identificada. "Quando foi por volta das oito horas, meu marido ouviu o barulho da viatura em casa, foi onde chamaram. Meu marido foi atender, avisando que ele [o filho] estava preso. Não deixaram eu falar com ele. Eu peguei, me encaminhei dentro da viatura junto com ele até a delegacia", conta a testemunha.
Esse ano, o jovem foi abordado novamente pelos PMs. Mas, dessa vez, ele também foi torturado. "Foi onde uma da meninas falou 'olha, pegaram ele, colocaram um saco dentro da cabeça dele, e nisso ele desmaiou'. E ele acordou em uma favelinha, dá uma meia hora da minha casa, é o único momento que ele lembra, um lugar com matagal", relata a mãe.
O SBT teve acesso, com exclusividade, aos relatórios sigilosos da investigação que mostram como os agentes usavam dados de inteligência da Polícia Militar, acessados ilegalmente, para extorquir dinheiro de traficantes, cobrar propina e torturar suspeitos. Informações sigilosas chegavam a ser vendidas para escritórios de advocacia e, até mesmo, eram usadas para resolver conflitos pessoais.
A lista de crimes, porém, é muito mais extensa. De acordo com os investigadores, para conseguir dinheiro com criminosos, o grupo também costumava invadir casas sem mandados de busca e sequestrar parentes dos suspeitos. Um dos casos aconteceu com uma adolescente de 17 anos, que foi mantida em cárcere privado pelos agentes.
"Vários são os fatos imputados a esses policiais, estamos falando, provavelmente, de associação criminosa, tráfico, concussão, extorsão, violação de sigilo funcional, e os fatos são inúmeros, isso vai ser devidamente apurado", explica o promotor Edson Corrêa Batista.
Nesta quinta-feira (10), os dez policiais investigados passaram por uma audiência de custódia e, por decisão do juiz Ronaldo João Roth, do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, devem permanecer encarcerados.
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça revelam que, ao abordar jovens da periferia que não teriam dinheiro para dar aos policiais, eles decidiram "incrementar a ocorrência".
Em uma conversa, no fim do ano passado, os cabos Colonesi e Caricati decidiram trazer pedras de crack para apresentar junto a três adolescentes na delegacia. Um deles era o filho de 15 anos de uma mulher, que prefere não ser identificada. "Quando foi por volta das oito horas, meu marido ouviu o barulho da viatura em casa, foi onde chamaram. Meu marido foi atender, avisando que ele [o filho] estava preso. Não deixaram eu falar com ele. Eu peguei, me encaminhei dentro da viatura junto com ele até a delegacia", conta a testemunha.
Esse ano, o jovem foi abordado novamente pelos PMs. Mas, dessa vez, ele também foi torturado. "Foi onde uma da meninas falou 'olha, pegaram ele, colocaram um saco dentro da cabeça dele, e nisso ele desmaiou'. E ele acordou em uma favelinha, dá uma meia hora da minha casa, é o único momento que ele lembra, um lugar com matagal", relata a mãe.
O SBT teve acesso, com exclusividade, aos relatórios sigilosos da investigação que mostram como os agentes usavam dados de inteligência da Polícia Militar, acessados ilegalmente, para extorquir dinheiro de traficantes, cobrar propina e torturar suspeitos. Informações sigilosas chegavam a ser vendidas para escritórios de advocacia e, até mesmo, eram usadas para resolver conflitos pessoais.
A lista de crimes, porém, é muito mais extensa. De acordo com os investigadores, para conseguir dinheiro com criminosos, o grupo também costumava invadir casas sem mandados de busca e sequestrar parentes dos suspeitos. Um dos casos aconteceu com uma adolescente de 17 anos, que foi mantida em cárcere privado pelos agentes.
"Vários são os fatos imputados a esses policiais, estamos falando, provavelmente, de associação criminosa, tráfico, concussão, extorsão, violação de sigilo funcional, e os fatos são inúmeros, isso vai ser devidamente apurado", explica o promotor Edson Corrêa Batista.
Nesta quinta-feira (10), os dez policiais investigados passaram por uma audiência de custódia e, por decisão do juiz Ronaldo João Roth, do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, devem permanecer encarcerados.
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