Presidente do Instituto Pensar Agro diz que anulação de questões do Enem é possível
Bancada ruralista vai apresentar requerimento convocando ministro da Educação para prestar esclarecimentos

Raissa Lomonte
Nilson Leitão, presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), órgão de assessoria da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), disse em entrevista ao SBT Agro que considera possível que três questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizada neste domingo (05.nov) sejam anuladas. Segundo ele, as questões criticaram o setor e o relacionaram com desmatamento. A Frente Parlamentar vai convocar o ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal, para explicar o uso dessas questões na prova.
"As questões tratam de forma pejorativa o setor do agronegócio, que o mercado vem expulsando o campo. Nem o próprio produtor rural se sente componês", disse Leitão. "São termos e temas que só se ouve dentro um ativismo contra o setor" (veja a entrevista no vídeo abaixo).
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pede que os itens 89, 70 e 71 sejam anulados. Em nota oficial, a entidade afirmou que "As perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista". Ainda na pronunciamento, o presidente da FPA, Pedro Lupion disse que a anulação das questões é indiscutível, "de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira".
Em nota, o Ministério da Educação informou que as questões do Enem são elaboradas por professores independentes, selecionados por meio de edital de chamada pública para colaboradores do Banco Nacional de Itens (BNI). "O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não interfere nas ações dos colaboradores selecionados para compor o Banco. O processo envolve as etapas de elaboração e revisão pedagógica dos itens, além de validação pelo trabalho de uma comissão assessora. Os itens selecionados para a edição de 2023 passaram pelo fluxo estabelecido nas normativas do BNI", conclui a pasta.