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Política

Motta diz que escolha de Eduardo Bolsonaro para líder da minoria na Câmara é "atípica"

Deputado está morando nos Estados Unidos desde março; Presidente da Casa afirmou que caso será avaliado

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta | Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para liderança da minoria na Casa é um “caso atípico”. O parlamentar foi questionado sobre a decisão do PL na noite de terça-feira (16), durante votação da PEC da blindagem.

Motta explicou que a decisão sobre a liderança é das bancadas, mas que analisará o caso. Isso porque Eduardo vive nos Estados Unidos desde março deste ano e não registra presença ou voto na Casa desde 20 de julho, quando terminou sua licença de 122 dias. A dúvida é se um deputado ausente pode liderar bloco ou bancada.

“Esta presidência não pode tomar nenhuma providência na base da especulação. Aguardaremos a presidência ser oficiada sobre a decisão da liderança da minoria. É claro que se trata de um caso atípico. Vamos fazer uma análise, conversar com os partidos de oposição e, no momento certo, responderei à questão de ordem”, disse Motta.

A escolha de Eduardo como líder da minoria na Câmara é vista como uma tentativa da oposição de preservar o cargo do parlamentar, já que, pela Constituição, ausências superiores a um terço das sessões podem levar à cassação. Com o novo pleito, ele ficaria isento da obrigação de justificar suas ausências em plenário.

A decisão se baseia em um entendimento de 2015, publicado à época em que Eduardo Cunha presidia a Câmara. Segundo o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), há respaldo regimental para que Eduardo não tenha prejuízos mesmo longe do Brasil. Visando isso, o parlamentar nomeou Caroline de Toni como primeira vice-líder da minoria, permitindo que ela o represente em sua ausência.

Eduardo nos EUA

Eduardo embarcou para os Estados Unidos em março, dizendo que iria buscar apoio do governo Donald Trump para pressionar o governo e Judiciário brasileiros a anistiar o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — condenado por tentativa de golpe de Estado. O parlamentar defendeu a aplicação de sanções contra o Brasil, bem como contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em agosto, Eduardo chegou a ser indiciado pela Polícia Federal por suposta obstrução do julgamento da trama golpista — na época em curso no STF. Os investigadores apontaram que o parlamentar, ao lado do pai, promoveu articulações internacionais para deslegitimar instituições brasileiras e para incluir sanções em projetos de parlamentares norte-americanos.

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Em uma das ocasiões, Eduardo chegou a mencionar a possibilidade de tarifa comercial de 50% sobre produtos brasileiros, medida que, de fato, foi anunciada dias depois pelo presidente Donald Trump. Ao justificar a medida, o republicano citou, entre outras razões, a “perseguição política contra Bolsonaro”, classificada por ele como “caça às bruxas”. "A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional”, disse.

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