Polícia prende quadrilha que aplicava golpes em bares e hotéis no Rio e em São Paulo
Bando causou prejuízos de até R$ 10 mil em estabelecimentos da zona sul do Rio usando cartões de crédito virtuais fraudados

Leo Santanna
A Polícia do Rio de Janeiro prendeu quatro homens, em flagrante, por aplicar golpes em bares e hotéis. A quadrilha era formada por dois paulistas e dois cariocas e atuava nos dois estados.
Só em um bar da zona sul do Rio, o prejuízo chegou a R$ 10 mil. Os quatro suspeitos se preparavam para fugir quando foram surpreendidos pelos policiais.
Os agentes prenderam, em flagrante, Lucas Vicari e João Augusto Bastos Boaventura, moradores do Rio de Janeiro, além de Rodrigo Basílio Lemos e João Vitor Mendonça Lisboa, que são de São Paulo. Eles tinham acabado de dar um calote em um hostel, em Copacabana, onde ficaram hospedados.
A dona do estabelecimento, que prefere não ser identificada, contou que o prejuízo seria de R$ 4.700, entre hospedagem e consumo. Segundo ela, o valor inclui gastos com eventos de Natal e consumo no bar.
As investigações revelaram que os estelionatários também causaram prejuízos de até R$ 10 mil em restaurantes de luxo da orla carioca.
De acordo com o delegado Vitor Becker, o grupo consumia produtos de altíssimo padrão. “Bebidas e comida de altíssimo padrão, como lagosta, doses de whisky, mais de 20 anos. Eles realmente não tinham qualquer pudor em consumir do mais alto padrão, em todos os estabelecimentos que eles transacionavam ilicitamente as negociações ali”, afirmou.
Os golpistas agiam sempre da mesma forma. Eles usavam cartões de crédito virtuais que, na verdade, eram fraudados com dados de terceiros. Logo após as compras, os pagamentos eram cancelados, o que dificultava o rastreamento dos golpes.
Dados do Anuário da Segurança Pública mostram que, só no ano passado, foram registrados mais de 2 milhões de casos de estelionato no país. A maioria ocorreu em São Paulo, com 1.744 registros para cada grupo de 100 mil habitantes. O Distrito Federal ficou em segundo lugar, com 1.681,3 casos para cada 100 mil habitantes. No Rio de Janeiro, foram 836 casos a cada 100 mil habitantes.
Os presos serão indiciados por associação criminosa e estelionato. Todos já tinham outras passagens pela polícia. Segundo as investigações, eles chegaram a aplicar golpes até em traficantes.
O delegado explicou que, em alguns casos, os criminosos fingiam vender drogas. “Ele fingia que tinha uma certa quantia de drogas, dizia para o usuário quanto que estava custando o grama daquela quantidade e, após o pix do usuário, ele bloqueava o contato e não mais conseguia falar com essa vítima”, relatou.









